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Economia

Porto Digital pode ter greve

Funcionários do polo ameaçam paralisar suas atividades, caso não haja acordo sobre salários

De acordo com o presidente da Casa Legislativa, Neto da Farmácia (PDT) a antecipação faz parte do planejamento De acordo com o presidente da Casa Legislativa, Neto da Farmácia (PDT) a antecipação faz parte do planejamento  - Foto: Divulgação

 

Empresas do Porto Digital podem ter serviços paralisados na próxima semana por causa de uma greve dos profissionais de tecnologia da informação (TI). O movimento está sendo articulado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de Pernambuco (Sindpd-PE), que, desde setembro, tenta chegar a um acordo com o sindicato patronal sobre o reajuste da categoria.

Presidente do Sindpd-PE, Sheyla Lima explicou que, como as negociações não avançam, os trabalhadores aprovaram, em assembleia, a deflagração de uma greve nas empresas particulares de informática. “Temos indicativo de greve a partir do dia 19, mas ainda vamos definir como será o movimento”, contou Sheyla, explicando que a paralisação pode afetar serviços importantes do Porto Digital, do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife. “A maior parte dos 10 mil trabalhadores está no Porto Digital. E, aqui, há empresas importantes como a Microsoft e a MV, além das que prestam serviço ao Estado e aos municípios. Então, a greve pode provocar um abalo grande”, disse Sheyla, contando que estão filiados ao sindicato desde desenvolvedores a técnicos e analistas de sistema.

Representante das empresas do setor, o Sindicato de Processamento de Dados de Pernambuco (Seprope), no entanto, acredita que o movimento não terá força. “Pelo tamanho das empresas e pelo relacionamento que temos com os funcionários, acho que a greve não terá sucesso. Além disso, todo mundo está ciente da crise”, falou o presidente do Seprope, Gerino Xavier.

Ele ainda disse que as empresas não podem conceder o reajuste pedido por conta da crise, que atrasou até os repasses do Governo do Estado para o setor. “Empresários já disseram que, se for preciso fazer do jeito que eles querem, será preciso demitir funcionários. E nós estamos fazendo de tudo para não demitir. Oferecemos o que podemos neste momento”, alegou Xavier.

Os trabalhadores de TI, que pediam ganho real de 3%, aceitaram receber apenas a reposição da inflação. Eles, contudo, também cobram o retroativo do reajuste e a correção de benefícios trabalhistas como o tíquete alimentação. Já o Seprope diz que só corrigirá o salário e em três parcelas. O retroativo seria pago em abono salarial de 10%.

 

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