Postos de combustíveis seguem com longas filas na RMR em dia de protestos dos caminhoneiros
Temendo o desabastecimento ou a alta no preço dos combustíveis, motoristas procuraram os postos de gasolina da Região Metropolitana do Recife (RMR), na manhã desta quinta-feira (9). A movimentação foi intensa em determinados pontos.
Em um posto na Avenida Norte, havia fila de motoristas para abastecer. O comerciante Gilson Borges, de 58 anos, diz que buscou encher o tanque do carro por precaução.
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"Com essa ameaça de paralisação fiquei com medo de faltar gasolina. Aqui não notei aumento no preço, mas passei por outros lugares onde já está mais caro", afirma.
Em outro estabelecimento localizado na Ponte do Limoeiro, próximo à Prefeitura do Recife, a movimentação também foi intensa, porém dentro da normalidade. Consumidores que enfrentaram espera em outros postos buscaram o local pelo número menor de carros.
"Há muita gente lotando os postos sem necessidade, porque já foi dito que não há risco desabastecimento. Precisei abastecer hoje para ir trabalhar e foi difícil encontrar um lugar mais vazio", comentou Rafael Dias, gerente de condomínio, de 38 anos de idade.
Houve registro de intensa movimentação também no posto localizado em frente ao Big Bompreço, em Olinda, na RMR.
Fiscalização
Alguns postos de gasolina aproveitaram o temor dos donos de automóveis para aplicar aumentos abusivos na tabela de preços. A reportagem da Folha de Pernambuco flagrou o momento em que um estabelecimento na avenida Barão de Souza Leão, em Boa Viagem, estava sendo fiscalizado pelo Procon, em conjunto com o Ipem.
"De ontem para hoje, começamos a receber nos nossos canais de comunicação várias denúncias de aumentos injustificados em razão da paralisação dos caminhoneiros. Colocamos nossas equipes em campo e, neste posto em especial, a gasolina que ontem estava sendo vendia por R$ 5, 79 foi anunciada hoje por R$ 6,29", explicou Pedro Cavalcanti, gerente de fiscalização do Procon-PE.
Segundo o fiscal, o posto onde for constatado aumento abusivo fica passível de notificação. "Dependendo do caso, o empreendimento pode ser interditado e também receber uma multa, que pode variar de R$ 1 mil até R$ 10 milhões", afirmou.
A professora Carolina Fitipaldi, que abasteceu no local, afirmou ter se sentido lesada como consumidora. “Estive aqui ontem e paguei o preço normal. Com essa ameaça de paralisação, resolvi voltar hoje para encher o tanque e me deparei com essa alta no valor, aceitando apenas dinheiro. Tive que ir a um banco para poder sacar. Estou indignada por ter pago mais caro”, comentou.