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Combustíveis

Postos já preparam aumento dos preços de diesel e gasolina. Alta vai pressionar inflação

Esse aumento corresponde apenas a parte da margem de lucro da estatal e não está incluído ainda a parte da revenda

Posto de combustívelPosto de combustível - Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Os reajustes anunciados pela Petrobras vão ter impacto direto no bolso do consumidor já neste sábado (18), dizem representantes dos postos sob condição de anonimato. No caso do diesel, esse aumento direto será de ao menos R$ 0,63 por litro. Na gasolina, o consumidor vai sentir pelo menos o litro R$ 0,15 mais caro.

Esse aumento corresponde apenas a parte da margem de lucro da estatal e não está incluído ainda a parte da revenda. Por isso, o peso na bomba deverá ser ainda maior, afirmam representantes do setor sob condição de anonimato.

No IPCA, o índice oficial da inflação, o aumento de 5,18% na gasolina e de 14,25% no diesel, anunciado pela estatal, o peso deve ser diluído entre os meses de junho e julho. Segundo um representante do setor, "os aumentos já estavam sendo esperados e por isso grande parte do setor como um todo já está com tudo pronto para virar os preços".

Uma fonte ligada ao setor de postos disse que os aumentos serão praticamente automáticos ao consumidor porque há muita pressão nos custos, com as margens já pressionadas. Procurada, a Fecombustível ainda não se posicionou.

Segundo a Petrobras, a parcela da estatal no preço ao consumidor da gasolina passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,96 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,15 por litro. NO caso do diesel, a fatia da estatal passou de R$ 4,42 para R$ 5,05 a cada litro vendido na bomba.

segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o litro da gasolina nos postos chega a ser encontrado por R$ 8,49 no Brasil. Na última semana, o preço médio ficou em R$ 7,247 no país, uma alta em relação à semana anterior, quando ficou em R$ 7,218.O diesel ficou estável, em R$ 6,88, na duas últimas semanas.

O economista Andre Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), disse que o impacto nos preços será distribuído entre junho e julho.

- A inflação para este ano pode subir, mas há uma medida que pode mitigar esse aumento que é a redução do ICMS. Então vamos ver nos próximos meses como vai ficar essa questão da redução do imposto para avaliar o impacto deste movimento na inflação de 2022.

Segundo Braz, a estimativa atual está em 9,2% já considerando efeitos diretos e indiretos deste reajuste.

- Isso porque os efeitos indiretos correspondem aos aumentos que o frete pode apresentar, e o contágio que isso pode levar a toda a cadeia produtiva.

Porém, Braz ressalta que a variação pode ser menor que 9%:

- Se vier a redução no ICMS pode ser que a inflação fique abaixo de 9% no final de 2022, descontando parte deste reajuste aqui que foi determinado pelo aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional que já coloca o preço do barril superior a US$ 120.

Veja a composição do preço da gasolina na bomba:

Distribuição e revenda 14,3%

Custo Etanol Anidro 13,2%

Imposto Estadual 24,1%

Impostos Federais 9,5%

Margem de lucro/Petrobras 38,8%

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