Negócios

PPSA quer vender 60 milhões de barris de petróleo e fazer o primeiro leilão de gás em 2025

De acordo com Tabita Loureiro, diretora técnica e presidente interina, qualquer empresa, como indústrias e distribuidoras de gás com acesso ao transporte, poderá participar do certame

Governo anunciou mudanças no mercado de gás que permitem à PPSA organizar a venda do gás do pré-sal em leilõesGoverno anunciou mudanças no mercado de gás que permitem à PPSA organizar a venda do gás do pré-sal em leilões - Foto: Stéferson Faria/Agência Petrobras

A Pré-Sal Petróleo (PPSA) pretende realizar dois leilões em 2025. A estatal, que é responsável pela parcela da União na produção dos campos do pré-sal geridos pelo regime de partilha, pretende vender 60 milhões de barris de petróleo em meados do próximo ano.

No segundo semestre, a intenção é fazer o primeiro certame do país para vender o gás que pertence ao governo.

Em agosto, o governo anunciou mudanças no mercado de gás que permitem à PPSA organizar a venda do gás do pré-sal em leilões.

O objetivo é aumentar a oferta de gás no Brasil e reduzir os preços da molécula, permitindo o uso da matéria-prima por indústrias, por exemplo.

De acordo com Tabita Loureiro, diretora técnica e presidente interina da PPSA, qualquer empresa, como indústrias e distribuidoras de gás com acesso ao transporte, poderá participar do certame. Ela participa do ROG.e (antigo Rio Oil & Gas), que acontece esta semana no Rio de Janeiro.

Antes da mudança regulatória, a PPSA vendia o gás somente para a Petrobras, em alto-mar.

Agora, a ideia é vender ao mercado o gás ao chegar à costa após passar pela rede de escoamento, aumentando a possibilidade de concorrência.

Quando chega em terra, o gás precisa passar por um tratamento em unidades chamadas de UPGN (unidade de processamento de gás natural).

— Estamos nos debruçando nos estudos dos contratos do sistema de escoamento e do sistema de processamento para ver o que é melhor para a União. E pode ser que a venda seja feita já com o gás tratado na UPGN ou antes de chegar à UPGN. Será uma ou outra.

Segundo ela, para fazer o leilão, é preciso negociar esses contratos. Depois, serão feitas consultas públicas e a publicação do edital.

— Este será o primeiro leilão de gás que vamos realizar. Todos os participantes terão que analisar isso com atenção. Se tudo der certo, podemos fazer o leilão no segundo semestre de 2025. E não é só a Petrobras que precisa aderir e aprovar, mas todas as empresas que operam nos campos do pré-sal. A ideia é vender o gás da União de forma competitiva.

Hoje, a União tem direito a uma produção de 175 mil metros cúbicos por dia, proveniente dos campos sob o regime de partilha.

Esse volume deverá aumentar para entre 200 mil e 300 mil metros cúbicos por dia em 2025 e 2026.

Em 2027, esse total subirá para 1,7 milhão de metros cúbicos diários, podendo alcançar entre 2 milhões e 3 milhões em 2028, e ultrapassar 3 milhões em 2029. Atualmente, a oferta interna de gás para o mercado consumidor é de 51 milhões de metros cúbicos por dia.

— O que vamos vender em 2025 pode ser apenas a produção do ano seguinte, de 2026, ou até a produção de 2028. Tudo depende da estratégia que estamos agora analisando e avaliando com o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Se vamos ou não dividir em lotes. O objetivo é maximizar o valor para a União — explicou ela.

Segundo ela, ainda não há estimativas de quanto pode ser arrecadado, pois o valor final vai depender do custo da infraestrutura. Ela afirmou que as medidas de acesso à infraestrutura precisam ser trabalhadas pela ANP.

— O decreto coloca nas mãos da ANP a discussão sobre o acesso à infraestrutura essencial.

Além do primeiro leilão de gás, a PPSA vai realizar, no meio do ano que vem, um novo leilão de petróleo. Em julho deste ano, a estatal arrecadou inéditos R$ 17 bilhões no 4º leilão de venda de óleo da União, com a oferta de 37,5 milhões de barris.

— Vamos realizar, em meados do ano que vem, um leilão para vender a produção de petróleo de 2026.

Temos uma previsão maior que os 37,5 milhões de barris que vendemos. E podemos superar 60 milhões de barris no próximo leilão.

Estamos analisando quantos lotes serão feitos e quais campos estarão presentes. No último leilão, vendemos Mero e Libra, e provavelmente agora vamos vender Bacalhau também, além de outros campos.

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