G20

Presidência no G20 é oportunidade do Brasil liderar debate sobre IA, indica Microsoft

Documento da companhia destaca possibilidade de protagonismo brasileiro em discussões globais; para presidente da Microsoft Brasil, "adoção massiva" da IA no Brasil geraria "pontos percentuais" a mais no PIB do país

Segundo a Microsoft, a adoção "massiva" da IA traria ganhos para o desempenho econômico do paísSegundo a Microsoft, a adoção "massiva" da IA traria ganhos para o desempenho econômico do país - Foto: Eva Hambach/AFP

Em documento divulgado nesta quinta-feira, a Microsoft destaca que o Brasil tem a oportunidade, na presidência do G20, de liderar as discussões globais sobre inteligência artificial. Para a empresa, o país "está em posição privilegiada" para endereçar o tema em fóruns internacionais e "fortalecer seus pontos de vista".

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, em evento global da companhia em São Paulo, Tania Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, acrescentou que o país não pode deixar "a onda da IA passar", com risco de se colocar em uma posição "de desvantagem competitiva bastante grande". Ela indicou ainda que a adoção "massiva" da IA traria ganhos para o desempenho econômico do país:

— Acreditamos que o Brasil, ao adotar de forma massiva a inteligência artificial, pode ter ganhos de produtividade que acrescentarão alguns pontos percentuais no nosso PIB no futuro próximo. — afirmou a executiva.

Em reunião no início deste mês, com o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu sugestões de pesquisadores brasileiros para criar "uma política brasileira de inteligência artificial". Ele indicou, ainda, que pretende endereçar o tema em discurso na próxima Assembleia Geral da ONU, em setembro.

Discussão global de regulação
No evento sobre IA, chamado de "Microsoft AI Tour", Elias Abdala, vice-presidente de assuntos jurídicos e corporativos da Microsoft Brasil, afirmou que a companhia trabalha para apoiar as discussões sobre regulação no Brasil e trabalha em conjunto com o Congresso Nacional para tratar do projeto sobre o tema. Ele acrescentou que o G20 traz a oportunidade do país alinhar os debates internos com as discussões internacionais do tema:

— Como país que está sediando o G20, não podemos nos furtar de participar desse tipo de discussão, até porque a regulação da AI vai ser mais efetiva quando a gente conseguir construir um alinhamento internacional. Estamos falando de uma tecnologia que vai além de qualquer fronteira dos países.

Para Cosentino, a IA traz uma oportunidade para o Brasil posicionar o desenvolvimento econômico para além da produção de commodities. Ela defendeu que a tecnologia também pode melhorar o desempenho da indústria brasileira e gerar um "salto de produtividade", o que reposicionar o país em termos de competitividade.

— O Brasil tem a sua liderança em tudo que é commodity. Podemos ficar ainda melhor e aumentar a participação dessas empresas no PIB, além de melhorar o desempenho da indústria brasileira.

A empresa indicou que vem trabalhando para ampliar a presença no Brasil nesse processo de "massificar a IA". Os planos incluem a abertura de dois novos data centers no estado de São Paulo, para ampliar a infraestrutura da companhia no país. A empresa também investe em startups brasileiras por meio do fundo WE Ventures, voltado para mulheres. Desde 2020, também tem um programa chamado de "Plano Microsoft Mais Brasil", que inclui programas de capacitação de profissionais em tecnologia.

IA é "copilota" de humanos
Uma das líderes do mercado de IA, a Microsoft tem expandido as aplicações de IA em seus serviços para empresas e usuários. A empresa investe desde 2019 na OpenAI. No ano passado, ampliou a participação na companhia com um aporte de US$ 10 bilhões, parte do plano de embutir a IA em toda sua base de produtos.

Para a presidente da Microsoft, a ideia é da empresa é fazer com o Copilot o que Bill Gates conseguiu fazer com os computadores pessoais: torná-lo acessível para qualquer pessoa, de forma que "cada dispositivo tenha o seu próprio Copilot"

Apesar do impulso rápido que vêm liderando para a IA, Cosentino e Abdala defenderam que a empresa tem foco no "desenvolvimento ético" da inteligência artificial. O discurso da empresa - e de outras gigantes de tecnologia - tem sido o de que a IA será uma ameaça ao trabalho humano e sim uma aliada dele. Sobre isso, a presidente da Microsoft defendeu que a IA aumenta "amplifica" a engenhosidade humana.

— É por isso que estamos anunciando nossos produtos como "copilotos" e não como "pilotos". A IA não vai sentar na minha cadeira e comandar a Microsoft. Mas ela pode me ajudar a ser muito mais produtiva em uma série de tarefas, o que vai me permitir dedicar mais tempo para as coisas importantes da Microsoft.

Veja também

Pernambuco participa de laboratório de transição energética verde e justa da ONU
PIONEIRO

Pernambuco participa de laboratório de transição energética verde e justa da ONU

Governo de Pernambuco publica licitação para dragagem e desassoreamento do Rio Beberibe
SERVIÇOS

Governo de Pernambuco publica licitação para dragagem e desassoreamento do Rio Beberibe

Newsletter