Presidente da Comissão Europeia anuncia assinatura de acordo entre Mercosul e UE
Acordo vai criar um mercado comum de mais de 700 milhões de pessoas, com um PIB somado de US$ 22,3 trilhões
A presidente da Comissão Europeia (o braço executivo da UE), Ursula von der Leyen, anunciou, nesta sexta-feira (6), a conclusão do acordo entre o bloco e o Mercosul. O acordo vai criar um mercado comum de mais de 700 milhões de pessoas, com um PIB somado de US$ 22,3 trilhões.
— Quero parabenizar os negociadores pela determinação. Trabalharam de forma incansável durante anos em prol de um acordo ambicioso e equilibrado, e tiveram sucesso. O laço entre a Europa e s países do Mercosul é realmente um dos mais fortes do mundo. É um laço que se ancora na confiança, atravessado por uma herança compartilhada com séculos de aprendizagem mútua.
Ursula afirmou que o acordo é uma vitória para a União Europeia e que há um valor político importante, para além do peso econômico.
— Hoje estamos tonando a missão em uma realidade. Estamos estabelecendo essa aliança como nunca antes. Estamso enviando uma mensagem clara e poderosa para o mundo. [...] O acordo não é apenas necessidade econômica. É necessidade política.
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A grande expectativa do governo, avaliada como um “gol de placa” para a diplomacia, gira em torno de um acordo de livre comércio com a UE. Uma decisão favorável faria com o que o Brasil saísse fortalecido do encontro, com perspectivas de aumento de comércio e investimentos com o bloco europeu.
Há, no entanto, forte resistência dos franceses. Lula já disse que o acordo não depende da França, e conta com o apoio da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para concluir as negociações ainda em 2024. A questão, no entanto, é que qualquer acordo assinado pela UE tem de ser aprovado por cada país do bloco, o que dá a Macron a chance de bloquear qualquer entendimento.
Nos últimos dias, várias reuniões técnicas entre representantes do Mercosul e da União Europeia foram realizadas em Brasília. A informação dos bastidores é que questões ligadas ao meio ambiente apresentadas pelo lado europeu e a compras governamentais, um ponto de preocupação do governo Lula, avançaram.
Os europeus querem garantias de que não vão comprar produtos que contribuam para o desmatamento. Ao assumir a Presidência do Brasil, em janeiro de 2023, Lula anunciou que iria reavaliar o ponto que permite isonomia de tratamento a empresas do Mercosul e da UE em licitações públicas.