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Presidente da Petrobras compara empresa ao McDonald's para criticar política de preços da estatal

Segundo Jean Paul Prates, se presidente da rede de fast-food tomasse medidas para permitir a expansão do rival Burger King, provavelmente seria demitido

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante coletiva de imprensaO presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante coletiva de imprensa - Foto: Mauro Pimentel/AFP

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, criticou a venda de ativos da estatal, sobretudo na área de gás. E voltou a se posicionar contra a atual política de paridade de preços dos combustíveis com o mercado internacional. Ele participou de evento da Fundação Getulio Vargas (FGV), na manhã desta quinta-feira (23), no Rio de Janeiro.

Ele comparou a situação da estatal com a da rede de fast-food McDonald's. Disse que, se o presidente do MCDonald's tivesse que fazer ações para permitir o crescimento do Burger King, ele provavelmente seria demitido.

De acordo com Prates, a empresa vai disputar espaço com rivais para tentar ganhar mercado no Brasil. Sobre a venda de ativos, sua crítica mais enfática foi no segmento de gás. O executivo disse que a estatal vai buscar o espaço dos concorrentes:

Vou disputar cada milímetro de metro cúbico (de gás) ou de milhão de BTU que estiver no mercado em seu melhor preço para o cliente que estiver do outro lado. E não é assim com qualquer empresa? Por que com a Petrobras tem que praticar o preço do concorrente que é o PPI (paridade de preço internacional), no caso do combustível. Quem impõe isso? Ninguém.

Segundo ele, o acionista majoritário "topava isso".

O presidente da Petrobras ia nos lugares e dizia "eu quero abrir espaço para a concorrência". Fico imaginando se o presidente do McDonald´s dissesse isso sobre o Burger King? No dia seguinte, estava na rua. E eu na época, como parlamentar, dizia ou você vai para rua amanhã ou você precisa reconhecer que o governo mandou você fazer isso. Esses dilemas a gente tem que vencer naturalmente.

Culpa de ser competente"
Segundo ele, a empresa vai disputar espaço com rivais para tentar ganhar mercado no Brasil. Sobre a venda de ativos, sua crítica mais enfática foi no segmento de gás.

Quero ver o que falta mais a Petrobras entregar para resolver o problema do gás. Já entregou Gaspetro, a malha de dutos. Abriu mão de distribuição e transporte. Só falta vender os campos de gás. Que culpa tem a Petrobras em ser competente em descobrir óleo e gás. O que mais falta? O que foi feito resolveu? A promessa era de que resolveria, disse Prates, fazendo referência às promessas da abertura do mercado que iria permitir quedas nos preços e aumento da concorrência.

O que a NTS e TAG (redes de gasodutos que foram vendidas pela estatal) fazem, segundo Prates, a Petrobras poderia fazer se houve regulação eficiente:

Contratos serão cumpridos. Eu vou disputar cada metro cúbico ou milhão de BTU. Por que sou obrigado a seguir um preço como PPI (preço de paridade de preços internacionais, que é atrelado ao valor do barril de petróleo e dólar)? Vou disputar cada cliente. Por que vou deixar o concorrente entrar?

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