Presidente da Petrobras diz que estatal está mais próxima de voltar à refinaria da Bahia privatizada
Jean Paul Prates escreveu em rede social que se reuniu com presidente do conselho do Mubadala
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta terça-feira que a associação da estatal com a Mubadala Investment Company, braço de investimentos do fundo Mubadala, está mais perto de ser concretizada para marcar a volta da petroleira brasileira à operação da Refinaria Landulpho Alves - Mataripe, na Bahia.
A refinaria, que era chamada de Rlam no sistema Petrobras, foi vendida pela estatal durante o governo Bolsonaro e hoje é controlada pelo Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi que tem um grande portfólio de investimentos no Brasil.
Em um post na plataforma X (ex-Twitter), Prates contou que teve uma reunião com o CEO da Mubadala Investment Company e presidente do Conselho de Administração da Mubadala Capital, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi.
E ficou acertado entre os dois que, "nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após a volta dos feriados de carnaval, com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024".
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Ele se refere às negociações entre Petrobras e Mubadala em torno de uma associação que permite à estatal voltar a operar a refinaria.
Segundo Prates, equipes gerencial e técnica dos dois lados têm "trabalhado há meses para construir uma parceria que visa recuperar a operação" da refinaria "ao mesmo tempo em que ampliaremos e aprimoraremos juntos o empreendimento de biocombustíveis do grupo no Brasil".
No entanto, Prates não deixou claro se a Petrobras vai recomprar a refinaria ou se tornar sócia majoritária ou minoritária do Mubadala no negócio. "Demais detalhes e andamentos atuais serão mantidos sob confidencialidade até a finalização do processo".
O presidente da Petrobras está em viagem pelo Oriente Médio, e a parada em Abu Dhabi parece fazer parte de um dos principais objetivos do périplo.
A refinaria de Mataripe foi vendida pela Petrobras para o fundo Mubadala em 2021 por US$ 1,65 bilhão, durante o governo de Jair Bolsonaro, como parte de um plano de desinvestimentos que tinha como objetivo vender oito unidades de refino e o compromisso de viabilizar a concorrência no setor de combustíveis. A unidade é hoje controlada 100% pela Acelen, empresa criada pelo Mubadala, que tem um plano de investimentos de R$ 12 bilhões para projetos como o de produzir biocombustíveis a partir da refinaria.
Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, houve uma mudança nos planos. No ano passado a Petrobras chegou a recorrer ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para renegociar o acordo que obriga a companhia a vender refinarias.
De acordo Prates, os diálogos sobre a recuperação da refinaria de Mataripe já acontecem desde o início do ano passado. Em outubro do ano passado, ele revelou em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, que havia a possibilidade de negociar com o Mubadala uma eventual recompra de parcela da refinaria de Mataripe.
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Prates revelou que na reunião com o grupo árabe um dos temas foram "os cenários do setor de petróleo e gás bem como os efeitos da transição energética, seu ritmo realista e seu impacto em empresas estatais tradicionalmente operadoras de hidrocarbonetos".
A Petrobras não se manifestou.