Reforma Tributária

Presidente diz que "não precisa ter uma meta de inflação tão rígida"

Lula falou ainda que quando o presidente da República era responsável direto pela indicação, ele "tirava ou colocava" os presidentes do Banco Central

Os ministros Fernando Haddad, Simone Tebet e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que integram o CMNOs ministros Fernando Haddad, Simone Tebet e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que integram o CMN - Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (29) que o país "não precisa ter uma meta tão rígida" e que a política monetária "tem que ser móvel" e "ter sensibilidade em função da realidade da economia, das aspirações da sociedade". O Conselho Monetário se reúne nesta quinta-feira para aprovar um ajuste no sistema de metas de inflação.

"Eu não sei qual é a decisão do Conselho Monetário, vão tomar a decisão. O que eu acho, o que eu penso agora como cidadão brasileiro é que o Brasil não precisa ter uma meta de inflação tão rígida, como estão querendo agora, sem alcançar. A gente tem que ter uma meta que a gente alcance. Alcançou aquela meta a gente pode reduzir e fazer mais um degrau, descer mais um degrau. Alcançou aquele degrau, a gente desce mais um degrau. É para isso que a política monetária tem que ser móvel, ela não tem que ser fixa e eterna. Tem que ter sensibilidade em função da realidade da economia, das aspirações da sociedade."

Lula deu as declarações durante entrevista para a Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira.

Formado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela titular do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o CMN tem como principal missão definir as diretrizes da política monetária do país.

O ministro Haddad tem defendido publicamente uma mudança nos parâmetros adotados hoje para que o país tenha um sistema em que a meta de inflação seja contínua. Atualmente, a meta é definida seguindo o ano calendário. Para 2023, o objetivo a ser perseguido pelo BC é manter a inflação em 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Juros
Durante a entrevista, Lula voltou a criticar a taxa de juros do país e firmou que todos os setores da economia estão "contra esse absurdo". Sem citar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Lula afirmou ainda que o Senado tem responsabilidade e lembrou que quando o presidente da República era responsável direto pela indicação, ele "tirava ou colocava" os presidentes do BC.

"Eu acho que é um equívoco, não tem um setor da economia, a não ser o financeiro, não tem um setor da economia, seja das grandes empresas, pequenas empresas, médias empresas, pequeno varejista, grande varejista, todo mundo contra esse absurdo da taxa de juros que ninguém pode captar dinheiro para investir."

Lula completou:

"O Senado tem responsabilidade porque foi o senado que aceitou a indicação do ex-presidente e indicou o presidente do Banco Central. Quando era o presidente que indicava, o presidente tirava ou colocava. Eu lembro que o FHC tirou uns dois ou três presidentes do BC. Outros presidentes tiravam."

Reforma Tributária

Questionado sobre a Reforma Tributária que está em discussão no Congresso Nacional, Lula afirmou que "certamente não passará a integralidade daquilo que o governo queria", mas defendeu que o texto aprovado será eficaz.

"Certamente não passará a MP (sic) da integralidade daquilo que o governo queria, mas certamente passará uma MP que vai dotar o estado de maior proteção contra a sonegação, de maior capacidade de arrecadação, porque mais gente vai contribuir, e também de capacidade de redução da quantidade de imposto. A gente não quer punir a produção a gente quer efetivamente que a gente possa cobrar isso no consumo."

A Reforma Tributária está sendo construída em formato de emenda à Constituição, e não MP, como disse o presidente.

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