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Economia

Presidente do BC diz que existe preocupação com o cenário fiscal de 2023 e que debate será "crucial"

Campos Neto disse que será necessário olhar para a sustentabilidade da dívida e para o social

Roberto Campos Neto, presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, presidente do Banco Central - Foto: Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (15) que existe uma preocupação com o cenário fiscal de 2023 a partir das incertezas sobre a continuidade de programas estabelecidos este ano, como o pagamento mensal de R$ 600 no Auxílio Brasil.

"Existe uma preocupação com fiscal do ano que vem pela continuidade das medidas recentes e como isso vai se encaixar", disse.

Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado na última semana, o Banco Central já havia alertado para uma pressão na inflação por conta de “políticas temporárias de apoio à renda''.

O presidente do BC ressaltou que o debate fiscal vai ser crucial em 2023 independente do “prognóstico em relação à política''.

"O debate fiscal vai ter que estar presente em 2023 de qualquer forma, independente de qualquer tipo de prognóstico em relação à política porque vai ser uma questão crucial. A gente vai caminhar em um caminho onde qualquer tipo de política vai ter que olhar para o lado da sustentabilidade da dívida e do social ao mesmo tempo e equacionar", explicou.

Nesta segunda, Campos Neto afirmou que parte da incerteza é entender como os programas serão financiados no ano que vem se forem continuados.

"Vocês conhecem uma frase famosa que não existe nada mais permanente do que um programa temporário do governo. Essa é sempre uma coisa que nos aflige. Acho que o que hoje o mercado tem uma ansiedade é entender como é que vai ser o fiscal do ano que vem, como os programas que foram implementados, se forem continuados, com serão financiados", afirmou o presidente do BC.

Tanto a campanha de Lula e quanto o presidente Jair Bolsonaro, os dois candidatos que lideram as pesquisas para presidente, já sinalizaram que o valor deve continuar no próximo ano.

Na avaliação de Campos Neto, apesar da incerteza para o próximo ano, os recentes números fiscais foram uma “surpresa positiva”. A dívida pública vem em trajetória de queda e chegou a 78,3% do PIB em maio.

"A gente entende que teve uma surpresa positiva, tem uma trajetória de subida no curto prazo, independente do que foi feito, mas a gente entende que o número corrente é um número bom", disse.

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