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Economia

Presidente do BC projeta pico de inflação entre abril e maio

Roberto Campos Neto afirmou que quebra de safra e preço do petróleo influenciaram revisão de projeção

Presidente do Banco Central, Roberto Campos NetoPresidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O Banco Central estima que haverá um pico de inflação entre abril e maio, e não mais entre dezembro e janeiro, afirmou o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, em evento promovido pela Esfera Brasil, em São Paulo, nesta sexta-feira.

— A gente imagina (o pico de inflação) alguma coisa entre abril e maio e depois uma queda um pouco mais rápida da inflação — afirmou.

Essa mudança da projeção do pico de inflação foi motivada pela alta do preço do petróleo e a quebra de safra no sul do país:

— Tinha uma percepção que a gente ia ver o pico de inflação em dezembro janeiro. Aí a gente viu uma quebra de safra, que não é pouco relevante. A gente estava vendo o petróleo indo para 60 (dólares), mas ele voltou (a subir) e está acima de 90 (dólares). Isso gerou uma quebra de percepção em relação ao que era o pico.
 

A avaliação do BC é de que a inflação no país está persistente. É por isso que a autoridade monetária vem promovendo a elevação de juros. Atualmente, a Selic está em 10,75%, mas o mercado já aposta que pode fechar 2022 acima de 12%, o que foi reforçado após a divulgação, nesta semana, da ata da última reunião do Copom.

Ao comentar sobre o comportamento da inflação em outros países, como os Estados Unidos e nações emergentes, Campos Neto destacou que o BC saiu na frente ao elevar a taxa de juros, e que agora precisam monitorar a situação tanto do ciclo inflacionário em outros países como a dinâmica das taxas de juros.

— A gente entendia que ia ter um elemento mais persistente (de inflação) e saímos na frente. É verdade que a memória inflacionária no Brasil faz também com que a função de reação do Banco Central seja um pouco diferente, mas a gente acha que estamos mais acelerados no ciclo. Vai depender muito agora de como isso se comporta no mundo desenvolvido, principalmente Estados Unidos.

No final de janeiro, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) já sinalizou que deve elevar a taxa de juros do país na reunião marcada para março.

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