Presidente do Equador inicia diálogo com indígenas, que se opõem a aumento de combustíveis
O galão americano de gasolina comum subiu de 1,48 para 2,39 dólares até setembro, uma alta de 61% em quase três anos
O presidente do Equador, o direitista Guillermo Lasso, iniciou nesta segunda-feira (4) um diálogo com organizações indígenas do país, entre elas a maior e opositora Conaie, que rejeita a alta nos preços dos combustíveis.
“Iniciamos um diálogo com a Conaie e com algumas outras organizações sociais do Equador como já fizemos” com os profissionais de transporte, disse o mandatário sobre as lideranças da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e de outros coletivos dos povos originários.
O encontro é o primeiro entre Lasso, que assumiu o cargo em maio, e Leônidas Iza, chefe do Conaie, organização que participou das revoltas sociais que levaram à derrubada de três governantes entre 1997 e 2005.
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Iza chegou ao Palácio de Carondelet, sede do governo, liderando uma marcha pacífica de cerca de 300 indígenas, camponeses, trabalhadores e estudantes que percorreram cerca de três quilômetros até o centro histórico da capital.
Aos manifestantes, defendeu o fim dos decretos do ex-presidente Lenín Moreno (2017-2021) que determinam o reajuste mensal dos preços dos combustíveis de acordo com os do petróleo no mercado internacional. Isso “aumenta os preços de todos os produtos de primeira necessidade”, argumentou.
O Equador é um dos países com os preços de derivados de petróleo mais baratos da América Latina. O galão americano de gasolina comum subiu de 1,48 para 2,39 dólares até setembro, uma alta de 61% em quase três anos.
Lasso antecipou que não tem intenção de modificar a política que fixa os preços dos combustíveis, mas é a favor de direcionar subsídios para setores pobres e estratégicos, como os povos indígenas e o transporte.
Os indígenas representam 7,4% da população do Equador, segundo o último censo, de 2010, enquanto o líder indígena e ex-candidato à presidência Yaku Pérez afirma que chegam a 25% dos 17,7 milhões de habitantes.