Presidente do México propõe reforma constitucional para proibir cultivo de milho transgênico
Projeto será debatido
A presidente mexicana Claudia Sheinbaum propôs a proibição do cultivo de milho geneticamente modificado em uma emenda constitucional divulgada nesta terça-feira.
O projeto de lei será debatido pelo Congresso depois que um painel de solução de controvérsias do acordo comercial T-MEC decidiu a favor dos Estados Unidos em dezembro, em sua contestação a uma regulamentação mexicana que restringia as importações de milho geneticamente modificado.
Depois de perder essa disputa, o governo de esquerda anulou a regulamentação adotada pelo ex-presidente Andrés Manuel López Obrador (2018-2024).
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A proposta de Sheinbaum, que não faz alusão às importações, afirma que o cultivo de milho no México “deve ser livre de modificações genéticas produzidas com técnicas que superem as barreiras naturais de reprodução ou recombinação, como os transgênicos”.
Outros usos do milho geneticamente modificado devem ser avaliados para evitar “ameaças à biossegurança” e à saúde, acrescenta o texto lido pela presidente em sua coletiva de imprensa regular.
O México é o segundo maior comprador mundial de milho, principalmente de milho amarelo, e 95% desse produto vem do mercado dos EUA, cuja produção é 93% transgênica.
Essa variedade é usada para forragem, bem como para alimentos industrializados para consumo humano.
Ao mesmo tempo, o país latino-americano é autossuficiente na produção de milho branco, a base da dieta de seus 129 milhões de habitantes. Em 2024, os Estados Unidos exportaram US$ 5,6 bilhões em milho para o México, de acordo com dados oficiais.
A iniciativa do governo tem um caminho desbloqueado no Congresso, que tem uma grande maioria pró-governo.