Economia

Pressionado pela guerra, governo lança plano de fertilizantes

O projeto estava sendo elaborado há um ano e estabelece metas para serem atingidas até 2050

Movimentação de fertilizantes no Porto do RecifeMovimentação de fertilizantes no Porto do Recife - Foto: Divulgação/Porto do Recife

Em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia, que colocou em destaque a dependência do Brasil de fertilizantes estrangeiros, o governo federal lançou, nesta sexta-feira (11), um plano nacional para o setor em uma cerimônia no Palácio do Planalto, que contou a com presença do presidente Jair Bolsonaro e de diversos ministros. O projeto estava sendo elaborado há um ano e estabelece metas para serem atingidas até 2050.

Como o GLOBO mostrou, o plano prevê o aumento de 25% da produção de fertilizantes orgânicos até 2025, como alternativa aos importados, além da criação de incentivos fiscais e outras medidas para estimular o ingresso de fábricas para o Brasil e a exploração de novas jazidas minerais.
 

Durante o evento, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o plano não foi desenvolvido para reagir à guerra, mas sim para tratar de um problema "estrutural".

— Não estamos reagindo a uma crise. Estamos tratando de um problema estrutural, de longo prazo, que me preocupa desde que o senhor me indicou para o Ministério da Agricultura — discursou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em tom irônico que governos anteriores teriam criado uma empresa estatal para cuidar dessa questão, que teria "bras" no momento. Bolsonaro "tranquilizou" Guedes sobre isso:

— Paulo Guedes, pode ficar tranquilo que não criaremos a "Adubras".

Depois da cerimônia, em entrevista coletiva, Tereza Cristina afirmou que, apesar dos problemas de importação, a safra de inverno já foi plantada e o governo acompanha a chegada dos insumos necessários para a safra do verão.

— O Brasil tem, sim, primeiro, um estoque de passagem. Nós temos hoje a safra de inverno plantada, ela já aconteceu, não precisa mais dos fertilizantes. Mas nós temos a safra de verão que nós ainda precisamos, sim, acompanhar de perto.

Na entrevista, Paulo Guedes afirmou que o governo federal poderia zerar os impostos que incidem sobre fertilizantes se a guerra "se agudizar".

— De qualquer forma, a modulação, se a guerra acaba amanhã e o mundo normalize, programação de longo prazo. Se a guerra se agudiza e nós importamos 90%, tem que zerar o imposto já para gente continuar pelo menos conseguindo comprar em algum lugar. Essa modulação da resposta é um acompanhamento que estamos fazendo nesse conselho criado por esse plano agora.

Entretanto o diretor de Programas do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Pacifici Rangel, disse, também na coletiva, que os impostos federais já são zerados e que é cobrado apenas o ICMS.

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