Previdência complementar: como novo teto do INSS altera contribuições de servidores públicos
Aumento do teto de R$ 7.786,02 para R$ 8.092,54 em 2025 impacta as contribuições mensais para previdência complementar de servidores com remuneração acima desse valor
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O recente reajuste do teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que passou de R$ 7.786,02 para R$ 8.092,54 em 2025, está alterando as contribuições dos servidores públicos aos planos de previdência complementar. A BB Previdência explica que essas mudanças afetam, principalmente, os funcionários que ganham acima do teto previdenciário.
Impactos nas contribuições
Segundo Ana Cristina de Vasconcelos, Superintendente Executiva da BB Previdência, as novas regras impactam dois grupos principais de servidores.
“Contudo, nem todos os funcionários públicos são impactados pela redução nas contribuições. Ela afeta, especialmente, dois tipos de participantes dos fundos de pensão: os funcionários com remuneração acima do valor do teto; e os que estão na faixa salarial entre o antigo e o novo”, explica Ana Cristina.
No primeiro caso, a contribuição para a previdência complementar diminui, pois a diferença entre o teto e o salário total do servidor também se reduz. Isso afeta não apenas a contribuição do próprio servidor, mas também a contrapartida dos entes federativos. Por exemplo, um servidor com remuneração de R$ 9.000,00, que em 2024 tinha contribuição sobre R$ 1.213,98, agora terá sobre apenas R$ 907,46.
Já no segundo caso, servidores que antes contribuíam para a previdência complementar porque seus salários estavam entre o antigo e o novo teto do INSS agora deixam de receber a contrapartida dos entes federativos. Isso ocorre porque esses profissionais já estão cobertos integralmente pelo INSS.
Alternativa para manter a reserva previdenciária
Diante dessas mudanças, a BB Previdência recomenda que os servidores afetados considerem contribuições voluntárias para manter sua reserva de aposentadoria. Essa estratégia pode ser fundamental para evitar perda de renda no futuro.
A reforma previdenciária de 2019 obrigou estados e municípios a implantarem regimes de previdência complementar para os servidores contratados após 2013 ou para aqueles que optaram por esse modelo. Desde então, a BB Previdência expandiu significativamente sua atuação, administrando atualmente o plano BBPrev Brasil, que atende a 286 entes federativos, um crescimento de 635% em relação a 2021.