A produção de petróleo e gás da Petrobras caiu 6,6% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a um total de 2,644 milhões de barris de óleo equivalente (boe) por dia. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o recuo é de 3,6%.

Até a produção do pré-sal, principal área produtora da estatal que responde por representando 73% da produção total e foco de investimento da companhia, caiu. Entre julho e setembro, foi extraído 1,6 milhão de barris de petróleo por dia, uma queda de 3,8% ante o mesmo período do ano passado.

Na mesma base de comparação, a produção do pós-sal profundo e ultra profundo teve recuo de 13,4%, assim como terra e águas rasas (-25,3%) e gás natural (-5%).

Segundo a Petrobras, o resultado foi influenciado pela assinatura dos contratos de partilha de produção do excedente da cessão onerosa dos campos de Sépia e Atapu, localizados na Bacia de Santos, no pré-sal, que foram leiloados. Com isso, a estatal reduziu sua fatia nesses campos e passa a contabilizar a partir de agora uma produção menor.

A Petrobras listou ainda outros itens, como a parada para descomissionamento e desmobilização da plataforma de produção FPSO Capixaba, no Espírito Santo, o declínio de campos maduros, paradas programadas e a venda de ativos em terra.

Mesmo com o recuo, a Petrobras prevê a entrada de novos poços. Com isso, disse a companhia em nota, que reafirma expectativa de atingir a meta de produção para 2022, de 2,6 milhões de barris de óleo equivalente, com variação de 4% para mais ou para menos.

Pela primeira vez, o relatório de produção da companhia, criada durante a gestão de Roberto Castello Branco, conta com declaração de um diretor da estatal, que aponta para a encomenda de novas unidades de produção para o campo de Búzios, no pré-sal, para os próximos anos.

"A assinatura dos contratos da P-80, P-82 e P-83 é um relevante marco na implantação do plano desenvolvimento de Búzios, o que contribuirá para aumentar em mais de três vezes a capacidade instalada de produção até o final da década”, ressaltou o diretor-executivo de Desenvolvimento da Produção João Henrique Rittershaussen. As unidades têm previsão de entrada em operação em 2026 (P-80 e P-82) e 2027 (P-83), informou a estatal.

Queda em gasolina e diesel e recorde em asfalto e alta em QAV
A venda de derivados no mercado interno caiu 7,6% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. No ano, a queda é de 3%. As vendas de diesel caíram 9,6% no terceiro trimestre. "O principal fator foi o impacto do desinvestimento da RLAM (Refinaria de Mataripe, na Bahia, vendida para a Mubadala), concluído em novembro de 2021.

Também contribuíram para o recuo das vendas o aumento das entregas por outros produtores nacionais e importadores bem como a redução do consumo de diesel para geração termelétrica".

Também houve queda de 8,2% na venda da gasolina no terceiro trimestre. "A partir de julho, após a redução de tributos sobre o derivado, houve redução dos preços ao consumidor" e a gasolina "ampliou sua competitividade" em relação ao etanol hidratado na opção da frota flex, disse a estatal.

Já o QAV (querosene de aviação) teve alta de 23,8% no terceiro trimestre. A Petrobras lembrou ainda a venda de asfalto no terceiro trimestre, maior volume em um trimestre desde 2014.

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