Produto Interno Bruto mostra queda recorde do setor de serviços e recuperação da indústria
Setor responde por quase 50% do emprego no país
A pandemia do novo coronavírus teve efeitos desiguais sobre os três grandes setores que compõem o PIB (Produto Interno Bruto).
Principal motor da atividade econômica brasileira e maior empregador do país, o setor de serviços amargou queda de 4,5% em 2020.
Foi o maior recuo da série histórica, iniciada em 1996, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O pior resultado anterior da série foi em 2015 (-2,7%).
O setor é responsável por 75% do cálculo do PIB e seu desempenho é fundamental para a recuperação da crise. Também responde por quase 50% do emprego no país.
O impacto foi maior nos segmentos que mais necessitam de atendimento presencial, como alimentação, hospedagem e lazer. O subsetor Outras atividades de serviços, onde elas se encaixam, teve queda de 12,1%.
De acordo com o IBGE, os serviços prestados às famílias foram os mais afetados negativamente pelas restrições de funcionamento. A segunda maior queda ocorreu nos transportes, armazenagem e correio (queda de 9,2%), principalmente o transporte de passageiros, atividade econômica também muito afetada pela pandemia.
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A retomada desses segmentos enfrenta como obstáculos as restrições ao funcionamento de parte dos estabelecimentos -restaurantes com capacidade reduzida e cinemas e teatros fechados-, o elevado desemprego, que reduz o poder de compra da população, e o próprio temor de contaminação, que leva muitas pessoas a evitarem o risco de aglomeração.
Outros setores, que não enfrentam as mesmas restrições, se saíram melhor na atual crise. A indústria registrou variação negativa de 3,5%. A agropecuária cresceu 2%.
No quarto trimestre, na comparação com os três meses anteriores, os resultados dos três grandes setores foram: serviços (crescimento de 2,7%), indústria (avanço de 1,9%) e agropecuária (menos 0,5%).
O cálculo do PIB, sob a ótica da produção, considera o valor adicionado à economia por esses três setores mais os impostos sobre produtos.