Voa Brasil

Programa que promete passagem aérea a até R$ 200 seria feito via empréstimo consignado, diz França

Público-alvo do Voa Brasil seriam servidores, aposentados, pensionistas do INSS e estudantes

Voa BrasilVoa Brasil - Foto: Unsplash

O ministro dos Portos e dos Aeroportos, Márcio França (PSB), afirmou nesta segunda-feira (27), em São Paulo, que o programa Voa Brasil, que promete passagens aéreas domésticas por até R$ 200 por trecho, será viabilizado sem subsídio público como empréstimo consignado.

A proposta é de que os bilhetes sejam vendidos como financiamentos voltados a servidores, aposentados e pensionistas do INSS e estudantes beneficiários do Fies, de acordo com França.

Pelo que foi anunciado, o programa seria voltado a quem não voou nos últimos dois anos e para voos de baixa temporada (fevereiro a junho e setembro a novembro) com compra antecipada e de até quatro trechos por passageiro por ano. França não deu prazo para o programa ser implementado, mas disse que já tem o apoio de companhias aéreas.

— As companhias aéreas voam com 21% a menos de passageiros (nessa época). O objetivo é conseguir preencher esses assentos incentivando pessoas que não estão acostumadas a voar. Vai ser feito com um incentivo eventual no formato de consignado. Servidores, todas as pessoas vinculadas à Previdência e estudantes que tenham Fies ou algum outro tipo de valor (a receber) fixado pelo governo formam 40 milhões de pessoas. — diz.

França disse que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil poderiam viabilizar o consignado e que as passagens poderiam ser pagas em até 12 vezes. Um casal pagaria 12 prestações de R$ 72 pelos quatro trechos, segundo o ministro.

Porto de Santos
O ministro também voltou a criticar o projeto de privatização da autoridade portuária de Santos, idealizada pelo então ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas. Para França, a venda da estatal seria “um dos piores equívocos”.

O ministro afirmou que pretende fazer concessões de serviços como dragagem e sinalização do porto.

— O serviço de gradagem pode ser concedido, é uma modelagem que eu acho interessante. Dá para fazer a sinalização e a manutenção, a zeladoria, por formatos de concessão. (...) Não temos preconceito em relação a fazer privatização, mas temos de fazer a preço justo e naquilo que não é estratégico. É totalmente estratégico um porto para o país — afirmou França.

Precatórios precisam ter liquidez
Questionado sobre a insegurança jurídica gerada pela revogação de portaria da Advocacia-Geral da União (AGU) que regulamentava o pagamento de outorgas de concessões de projetos de infraestrutura com precatórios, o ministro salientou que o governo cumprirá a emenda constitucional que estabalece essa possibilidade, mas que os títulos precisam ter liquidez, ou seja, vencimento no mesmo ano que seria o pagamento da outorga.

Precatórios são dívidas do poder público já reconhecidas de maneira definitiva pela Justiça. Em 2021, o governo Bolsonaro impulsionou a aprovação de uma emenda constitucional que permite aos concessionários pagar outorgas com esses títulos. Neste mês, a AGU revogou uma portaria que regulamentava o tema e afirmou que haverá outra norma em 120 dias.

— Emenda constitucional tem validade plena, mas o formato de ela ser utilizada é que é a discussão. O precatório é aceito, mas o precatório que tem vencimento em 2023 entra como se fosse dinheiro, porque o vencimento da outorga era em 2023. Não é justo que o precatório que vai vencer em 2027 entre agora em 2023 com o mesmo valor — disse.

Para França, grupos que não entraram em concorrências públicas vencidas por concessionários que querem agora pagar outorgar com precatórios com vencimento de longo prazo poderiam questionar o tema. — Se o precatório for atualizado para o preço de hoje, o governo vai respeitar, mas o certo é que deve-se usar um valor líquido. Tem toda a lógica que seja regulamentado (o tema) — afirmou.

Veja também

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app
trabalhadores

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU
Inteligência Artificial

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU

Newsletter