Colômbia

Protestos contra aumento do diesel bloqueiam dezenas de estradas na Colômbia

Transportadores e governo realizaram várias reuniões nas últimas semanas

Bandeira da ColômbiaBandeira da Colômbia - Foto: Pixabay/Reprodução

Pelo menos uma dezena de estradas da Colômbia registravam bloqueios intermitentes nesta segunda-feira (2) devido aos protestos do setor de transporte contra o aumento nos preços do diesel decretado pelo governo.

De acordo com o que foi anunciado semanas atrás pela administração do presidente esquerdista Gustavo Petro, o preço do combustível usado pela maioria dos veículos de carga aumentou o equivalente a 46 centavos de dólar (R$ 2,6) por galão (3,8 litros) no fim de semana.

Em resposta, os transportadores estacionaram seus caminhões nas principais rotas de acesso a Bogotá e também nas que conectam o centro do país com a Venezuela, o sul e a costa do Caribe, de acordo com autoridades de trânsito.

A Prefeitura de Bogotá informou sobre "afetações" e cortes "intermitentes" em oito vias, incluindo as principais rotas de acesso à capital, com cerca de oito milhões de habitantes.

Uma multidão foi forçada a descer dos ônibus de transporte público e caminhar até seu destino devido aos bloqueios na entrada a oeste de Bogotá, conforme vídeos divulgados por meios locais.

Além disso, nos departamentos de Santander (norte) e Norte de Santander (nordeste), que conectam a capital com a Venezuela e a região Caribe, há outros oito bloqueios de estradas, na sua maioria intermitentes, de acordo com os governos locais.

Uma mulher venezuelana que viajava para a cidade fronteiriça de Cúcuta em um ônibus teve problemas de saúde em um dos bloqueios e morreu nesta segunda-feira, segundo informou o secretário do Interior de Santander, Oscar Hernández.

Além disso, a estrada entre Bogotá e Villavicencio, que conecta a capital com as regiões petrolíferas e agrícolas do sudeste do país, também apresenta um "bloqueio temporário" devido aos protestos, segundo o Instituto Nacional de Vias.

Corte no subsídio
Transportadores e governo realizaram várias reuniões nas últimas semanas sem chegar a um acordo sobre o aumento no valor do combustível.

A subida nos preços do diesel "impactará o custo de vida e a cesta básica dos 60 milhões de colombianos", reclamou a Associação Colombiana de Caminhoneiros (ACC) na rede social X.

Apesar do aumento, o valor deste hidrocarboneto na Colômbia é o terceiro mais barato da região graças a um subsídio estatal. O diesel somente é mais barato no Equador e na Bolívia, segundo o governo.

O executivo busca um aumento gradual de 1,5 dólares (R$ 8,4 reais) como medida para fechar o buraco nas finanças públicas causado pelo subsídio ao diesel, que é estimado em cerca de 288 milhões de dólares (R$ 1,62 bilhão) até o fim do ano.

"O subsídio que estamos dando ao diesel poderíamos perfeitamente usar (...) para entregar um subsídio a todas as famílias vulneráveis da Colômbia", também "poderíamos estar construindo várias vias que hoje têm problemas", argumentou no X o ministro da Fazenda, Ricardo Bonilla.

O governo afirma que 56% dos veículos na Colômbia usam diesel, sendo a maioria transporte de carga e transporte público. O governo Petro tem realizado aumentos graduais no preço da gasolina nos últimos dois anos, até chegar a um aumento de quase 100%.

No entanto, ele havia se abstido de aumentar o preço do ACPM (diesel comum), já que a medida afeta diretamente os preços do transporte e dos alimentos, em um país com uma das taxas de inflação mais altas da região. Em 2024, o Índice de Preços ao Consumidor vinha se estabilizando até chegar a 6,86% em julho, quase cinco pontos a menos do que no mesmo mês de 2023.

No poder desde 2022, Petro tem uma ambiciosa agenda ambientalista que contempla acelerar a transição da economia para energias limpas.

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