Protestos na França contra impopular reforma previdenciária diminuem
Presidente liberou promulgou a reforma em abril para vigorar a partir de setembro
A França viveu, nesta terça-feira (6), mais um dia de protestos contra a impopular reforma da previdência do presidente liberal, Emmanuel Macron, com uma clara queda de participação dois dias antes de uma última tentativa parlamentar para conseguir sua revogação.
"O jogo está perto de terminar, queiramos ou não", disse o líder do sindicato CFDT, Laurent Berger.
Macron adotou, em março, por decreto, o atraso da aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e o adiantamento para 2027 da obrigação de contribuir 43 anos (e não 42) para ter direito a uma aposentadoria integral.
Apesar de centenas de milhares de pessoas, sob convocação dos sindicatos, terem protestado desde janeiro contra essa reforma, o presidente liberal a promulgou em abril para sua entrada em vigor em setembro.
Mas os sindicatos não jogaram a toalha e, com a esperança de que o Parlamento revogue a lei - algo que se anuncia muito complicado -, convocaram um 14º dia de protestos e manifestações nesta terça-feira.
Com aproximadamente 281.000 manifestantes na França, segundo a polícia, e "mais de 900.000", segundo o sindicato CGT, a participação está longe dos entre 1,28 milhão e 3,5 milhões, respectivamente, de 7 de março.
Para além das ações midiáticas, como a entrada na sede do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, o impacto da greve, no setor elétrico e nos transportes, também foi menor.
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Para impôr a reforma, o governismo usou diversos mecanismos constitucionais polêmicos e, na quinta-feira, poderia usar mais uma vez para declarar inadmissível um ponto-chave da proposta de revogação apresentada pelo grupo parlamentar centrista LIOT.
Isso seria "um escândalo democrático", advertiu a secretária-geral do CGT, Sophie Binet. Para o LIOT e a oposição de esquerda, isso recrudesceria "a ira e a violência".
Nesta terça-feira, foram registrados choques entre manifestantes radicas e as forças de segurança em várias cidades como Lyon, Toulouse, Nantes, Rennes e Paris, mas menos do que nos últimos protestos.
Na capital, havia 28 detidos até às 18H45 (13H45, no horário de Brasília), segundo a polícia.
Em visita ao Monte Saint-Michel (oeste) em ocasião do milésimo aniversário de sua abadia, Macron disse, na última segunda, que "tudo" pode ser debatido, desde que "respeitando a Constituição".