Quais são as 10 rotas aéreas com mais turbulência do mundo? Voo de Singapura não está na lista
Viagens que cruzam grandes cordilheiras, como os Andes e o Himalaia, têm maior registro de instabilidades a bordo
A turbulência que causou uma morte em um voo da Singapore Airlines entre Londres e Singapura colocou em destaque as rotas aéreas mais instáveis do mundo. As companhias aéreas se preparam para essas rotas e há consultorias que fazem levantamento a respeito para orientar as decisões de negócios das companhias.
No incidente, um britânico morreu e outras sete pessoas ficaram gravemente feridas depois que o voo enfrentou uma forte turbulência assim que entrou no espaço aéreo tailandês, na última terça-feira. A aeronave teve que fazer um pouso de emergência em Bangkok.
Mas a rota Londres - Cingapura nem está na lista das 10 com maior incidência de turbulências no mundo. O site Turbli monitora 150 mil rotas globais e usa dados de agências meteorológicas dos EUA e do Reino Unido. O serviço ajuda passageiros a saberem vão lidar com rotas particularmente turbulentas.
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Veja a lista das rotas mais turbulências do mundo:
- Santiago do Chile - Santa Cruz de La Sierra. A rota, conectando a capital chilena à cidade boliviana passando pelas cordilheira dos Andes, possui a maior média de turbulências por voo do mundo, com 17,57 ocorrências.
- Almaty - Bishkek. A lista é seguida pela conexão asiática entre a cidade no Cazaquistão e a capital do Quirguistão, com média de 17,46 ocorrências.
- Lanzhou - Chengdu. A terceira conexão da lista também fica na Ásia, entre as duas cidades chinesas. Apesar da média de voo ser de pouco mais de uma hora entre os dois aeroportos, a conexão 16,75 ocorrências.
- Nagoia - Sendai. A quarta posição fica com o voo doméstico japonês. Com cerca de uma hora de voo, a ligação entre as duas cidades possui média de 16,58 ocorrências.
- Milão - Gênova. O trajeto de cerca de 150 quilômetros entre as duas cidades italianas figura como voo mais turbulento da Europa. Na rota, a média de ocorrências é de 16,4.
- Milão - Zurique. O voo direto dura menos de uma hora, mas cruzar os alpes suíços faz com que a rota seja a segunda mais turbulenta da Europa. São cerca de 16,02 ocorrências, em média.
- Tóquio - Katmandu. A conexão entre a capital japonesa e a nepalense dura quase oito horas e cruza a região montanhosa do Himalaia. O voo possui média de 15,53 ocorrências.
- Gênova - Zurique. O voo, que sai do litoral italiano até a cidade mais populosa da Suíça, também cruza os alpes, fazendo a conexão ser a terceira mais instável da Europa. São, em média, 14,96 ocorrências.
- Tóquio - Nova Déli. A conexão direta entre a capital indiana e japonesa dura nove horas. Assim como a conexão com Katmandu, o voo cruza o Himalaia, e registra média de 14,84 ocorrências.
- Tóquio - Daca. Também por conta do Himalaia, o voo entre o Japão e a capital de Bangladesh é um dos mais turbulentos, registrando média de 14,8 ocorrências.
Entenda por que algumas rotas têm mais turbulências
As fortes turbulências são produzidas quando correntes de ar que viajam a velocidades significativamente diferentes se encontram. Elas se formam com frequência onde há fronteiras dessas correntes, como sobre montanhas e em certas tempestades com grandes nuvens.
A turbulência na rota Santiago-Santa Cruz de la Sierra, por exemplo, é gerada por ventos indo do Oceano Pacífico para o Oceano Atlântico, fluindo quase perpendicularmente à Cordilheira dos Andes.
O Equador também é uma região bem conhecida pelos pilotos, devido a correntes ascendentes fortes e atividade de tempestades. O Japão possui altos níveis de turbulência induzida pela proximidade entre as montanhas e o oceano.