CRESCIMENTO

Qual a saída para manter o plano de saúde após os 60 anos?

Número de usuários idosos com plano de saúde em Pernambuco atingiu 186.904 no final de 2022

Quem contratou plano de saúde posteriormente ao ano de 1999 não pode ter aumento por faixa etáriaQuem contratou plano de saúde posteriormente ao ano de 1999 não pode ter aumento por faixa etária - Foto| Divulgação

O número de usuários com plano de saúde em Pernambuco a partir dos 60 anos atingiu 186.904 no final de 2022, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Houve um crescimento de 10.306 novos usuários no ano passado, um total de 5,5% a mais em relação a 2021. Contudo, é justamente nesta faixa etária que alguns cortam a assistência médica privada, seja por redução salarial, seja pelos reajustes do plano, que normalmente estão acima da inflação e se aplicam de forma anual. Quais as saídas para este público, então?


Na prática, existem dois reajustes, de acordo com a advogada Iris Novaes, atuante na área de direito de saúde. O aplicado por faixa etária e o anual. Entretanto, os maiores de 60 devem ficar atentos, porque só precisam pagar o reajuste anual, que ficará em torno de 15% a 20%, acima da inflação, de acordo com a advogada. Ela frisa que alguns convênios ainda aplicam reajustes de forma indevida e, por isso, muitos encerram a assistência médica privada no momento que mais precisam de médicos. 

Advogada Iris Novaes, atuante na área de direito de saúde, acredita que reajuste de planos será maior do que a inflação em 2023Advogada Iris Novaes, atuante na área de direito de saúde, acredita que reajuste de planos será maior do que a inflação em 2023 Foto| Ed Machado - Folha de Pernambuco


“É importante que os idosos fiquem atentos: quem contratou plano de saúde posteriormente ao ano de 1999 pode ter reajuste pelo aniversário do contrato, mas não pode ter aumento por faixa etária a partir dos 60 anos. O último reajuste por faixa etária é aos 59 anos”, explica. “É importante olhar o boleto do plano”, pontua. 

 
A educadora e consultora financeira Carolina Buarque, por sua vez, destaca que, "havendo configuração de abuso e cobranças indevidas nos percentuais, o consumidor deve buscar ajuda legal junto à Agência Nacional de Saúde e ainda um bom auxílio jurídico”.


Já o diretor da Escola de Gestão Economia e Política, o professor Silas Pacheco Figueira, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), acredita haver saída a médio e longo prazo que beneficie os idosos no tocante aos planos de saúde. 


Silas Pacheco frisa que muitos mantêm os planos por falta de confiança no sistema público, pela demora na marcação de consultas ou pelos riscos no atendimento emergencial. Ou seja, os motivos são inúmeros. “No receio de ficarem à mercê do sistema público, muitos idosos sacrificam outras áreas da vida para priorizar o plano de saúde”, observa.

ENDIVIDADOS
Para os idosos que estão endividados e precisam manter o plano de saúde, uma das alternativas, segundo Silas, é procurar o projeto de Extensão da Católica, que dá assistência gratuita de Educação Financeira e Gestão das Finanças Pessoais. “A assistência é, para o caso dos endividados, um diagnóstico da situação e a elaboração de possíveis caminhos, inclusive, fazemos o acompanhamento para o Programa Pró Endividados do Tribunal de Justiça nos casos mais críticos. O agendamento é feito pelo telefone 2119-4244”, destaca Silas. Ele acrescenta que a assistência dos endividados atende a todas as idades.


O diretor da Escola de Gestão Economia e Política da Católica sugere que, ainda cedo, os jovens comecem a pensar no futuro, porque o salário será reduzido na aposentadoria, uma fase em que as visitas a médicos e gastos com remédios tendem a aumentar. Ele lembra que, na juventude e na vida adulta, o convênio muitas vezes é pago pela empresa onde a pessoa trabalha, o que tira a preocupação com a maior idade.


Indagado se o jovem deveria pagar o próprio plano, sem contar com a empresa, para pagar uma mensalidade menor ao envelhecer, Silas diz que “não”. Ele aconselha que o jovem faça aplicações de baixo risco. “O mercado financeiro evoluiu bastante nos últimos anos. A diversificação é a palavra chave. É importante que os jovens, quando estiverem trabalhando, possam aplicar em alternativas de baixo risco, com caderneta de poupança ou Certificado de Depósito Bancário (CDB). Também é possível aplicar em alternativas de médio risco como ações, porém, não diretamente, para não ser pego de surpresa com fraudes semelhantes como o caso de Lojas Americanas. Hoje temos disponível um produto que se chama ETF (tipo de fundo de investimento que tem como referência algum índice da bolsa de valores – como o Ibovespa ou o Índice Brasil). São fundos negociáveis que permitem uma boa diversificação com pouco dinheiro. Em todas as áreas da vida, o planejamento é a melhor saída”, destaca.


 

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