Logo Folha de Pernambuco

Brasil

Recuperação da base fiscal avançou e governo olha despesas "com atenção", diz Ceron

Ele negou que a potencial taxação de importações até US$ 50 tenha caráter arrecadatório

O secretário do Tesouro, Rogério Ceron O secretário do Tesouro, Rogério Ceron  - Foto: Washington Costa/MF

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o governo segue "olhando com atenção" para as despesas do setor público, a fim de garantir que os avanços na recuperação da arrecadação levem a um resultado primário próximo do equilíbrio ao final deste ano. "Sempre há despesas que preocupam, como a previdenciária. Despesas que possuem dinâmicas que merecem atenção. Estamos olhando com atenção para garantir que o conjunto das despesas se mantenha dentro dos limites", afirmou o secretário em entrevista à GloboNews.

Ele negou que a potencial taxação de importações até US$ 50 tenha caráter arrecadatório, argumentando que o assunto está mais relacionado a um pedido das empresas brasileiras, que veem concorrência desleal na ausência de tributação dos produtos estrangeiros. "Não faz parte nem está nos nossos planos de recomposição da base fiscal. A discussão está muito mais centrada no apelo da indústria nacional, do comércio nacional varejista em relação à entrada de produtos sem tributação."

Indexação
O secretário também foi questionado a respeito da desvinculação de receitas e despesas, e ponderou que, embora seja importante valorizar os gastos com educação e saúde, carimbar o dinheiro direcionado a estas áreas não necessariamente é a melhor estratégia.


 

"Tem nuances. Pode parecer uma solução simples, mas nem sempre é bom como parece ser. O passado mostra que esse tipo de indexação traz muita volatilidade", disse Ceron, referindo-se a momentos em que houve aumento extraordinário da receita com efeito em cascata sobre as despesas, contratando gastos para o futuro que não encontraram lastro para pagamento posteriormente.

O secretário também abordou a volatilidade adicional criada por ruídos no mercado, tanto internos quanto externos. Ele afirmou que o planejamento do governo está focado no médio e longo prazo, garantindo que as metas fiscais sejam atingidas. "Desde o início do ano, as expectativas de mercado só melhoram. Eu sempre procuro olhar o nosso planejamento no horizonte mais de médio e de longo prazo. Claro, tem que se olhar o curto prazo, inegavelmente, acompanhar, trazer tranquilidade para o mercado", destacou.

Veja também

Programa BNDES Fundo Clima aprova, em 7 meses, 2,5 vezes valor aprovado em toda sua história
clima

Programa BNDES Fundo Clima aprova, em 7 meses, 2,5 vezes valor aprovado em toda sua história

Lula aceitou que medidas fiscais sejam estruturais, mas PT quer que atinjam "andar de cima"
medidas fiscais

Lula aceitou que medidas fiscais sejam estruturais, mas PT quer que atinjam "andar de cima"

Newsletter