Refinarias da TotalEnergies retomam greve na França, apesar de acordo
Greves têm provocado o desabastecimento de combustível no país
Os funcionários das refinarias da TotalEnergies na França retomaram nesta sexta-feira (14) a greve que está provocando um desabastecimento de combustível no país.
Pressionada também pelo governo, a TotalEnergies concordou com um aumento salarial de 7% e um bônus entre 3.000 e 6.000 euros (2.940 a 5.875 dólares) na madrugada desta sexta-feira.
O acordo foi alcançado entre o grupo e os sindicatos CFC-CGC e CFDT, que juntos representam 56% dos trabalhadores.
Outra central sindical, a CGT, denunciou a negociação como uma "farsa".
"Os funcionários não aceitam a proposta da direção. Temos que renegociar", disse o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, à rádio France Info, lembrando que eles pedem um aumento de 10%.
No final de setembro, quatro refinarias da TotalEnergies e duas de sua rival Esso-ExxonMobil iniciaram uma greve para exigir aumento salarial em um contexto de inflação e benefícios extraordinários dos gigantes da energia, dos quais as duas últimas já caíram.
Em seguida, as duas refinarias da Esso-ExxonMobil abandonaram a medida.
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"Os funcionários decidiram voltar ao trabalho e apresentar um ultimato à direção para a negociação anual obrigatória em 6 de dezembro", disse à AFP Pierre-Antoine Auger, delegado sindical do FO, na refinaria Port-Jérôme-Gravenchon (norte).
Essa refinaria segue os passos da de Fos-sur-Mer (sul), cujos trabalhadores decidiram no dia anterior retomar as suas atividades, apesar do descontentamento com as medidas lançadas pelo governo nos últimos dias para obrigar os trabalhadores de dois depósitos de combustível a trabalhar.
"Sinais de melhoria"
A primeira-ministra Elisabeth Borne assegurou nesta sexta-feira que há "sinais de melhoria" no abastecimento de combustível.
Esso-ExxonMobil explicou que a produção normal seria alcançada dentro de "duas ou três semanas".
Um total de 28,5% das refinarias na França estavam em falta de ao menos um combustível no final da manhã desta sexta, segundo autoridades.
As requisições decretadas pelo governo receberam nesta sexta o aval da Justiça francesa, que rechaçou os recursos da CGT contra medidas que os magistrados consideraram "necessárias" para preservar a ordem pública.
A CGT promoveu uma frente sindical de quatro centrais que convocaram uma greve geral na próxima terça-feira para defender o direito de greve e pedir maiores remunerações.
Os efeitos da invasão russa da Ucrânia e a resposta de Moscou às sanções europeias estão sendo sentidos pelos franceses. Além do aumento dos preços da energia e dos alimentos, o governo pede que economizem energia para enfrentar o inverno boreal iminente.
A situação econômica também impulsionou paralelamente os lucros de grupos energéticos como a TotalEnergies, que no primeiro semestre de 2022 obteve lucros extraordinários de mais de 10 bilhões de dólares.