Reforma do IR e economia parada derrubam Bolsa em 3,1% na semana
A Bolsa de Valores brasileira fechou com leve variação positiva de 0,22% nesta sexta-feira (3), a 116.933 pontos.
Pouco movimentado, o pregão desta sexta encerrou uma semana em que o índice recuou 3,1%, resultado atribuído por analistas a preocupações dos investidores quanto à perspectiva de crescimento dos gastos públicos, aumento da inflação e decisões políticas desfavoráveis ao mercado.
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Na quinta-feira, a Bolsa despencou 2,28% em reação à aprovação da reforma do Imposto de Renda na Câmara dos Deputados. O texto, na avaliação do mercado, aumentará a carga tributária das empresas.
Divulgações de índices econômicos desfavoráveis também colaboraram para a retração do mercado acionário brasileiro, com destaque para as quedas de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre e de 1,3% da produção industrial em julho.
"Internamente, os desdobramentos em torno da reforma do Imposto de Renda e medidas relacionadas à tributação de dividendos ainda repercutem, ao mesmo tempo, incertezas fiscais, crise hídrica e inflação também seguem no radar dos investidores", afirma Túlio Nunes, especialista de finanças da Toro.
O dólar fechou a semana em R$ 5,1850, praticamente estável em relação à véspera (0,05%) e com variação semanal negativa em 0,20%.
No exterior, houve desaceleração na abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos e a taxa de desemprego recuou para 5,2% em agosto, ante 5,4% em julho.
"O resultado muito abaixo do esperado do Relatório de Emprego nos EUA reforçou a expectativa de manutenção das políticas monetárias expansionistas do Fed [Federal Reserve, banco central americano], mas deflagrou a fragilidade economia do país e isso abre espaço para redução da expectativa de potencial de valorização das ações", analisa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.
Após a divulgação da geração de empregos, Dow Jones e S&P 500 recuaram 0,21% e 0,03%, respectivamente, enquanto Nasdaq avançou 0,21%.