Reforma Tributária: governistas no Senado reforçam tropa de choque para últimas negociações
PEC deve ser votada ainda hoje, com finalização nesta quinta-feira. Governo aposta em até 52 votos favoráveis
As costuras políticas de última hora estão a pleno vapor no plenário do Senado, momentos antes da votação da Reforma Tributária. A tropa de choque governista ganhou reforço de dois dos senadores mais influentes da Casa: Davi Alcolumbre (União-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) circulam entre as bancadas na tentativa de convencer mais senadores a entregarem o voto sim. Líderes do governo apostam num placar entre 50 e 52 votos.
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O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da proposta na Câmara, e o secretário do Ministério da Fazenda Bernard Appy também se unem aos líderes partidários e acertam possíveis alterações do texto junto com o relator no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM).
Aguinaldo Ribeiro trabalha para afinar o texto votado no Senado. O objetivo é que as alterações cheguem minimamente acordadas na Câmara dos Deputados, que precisará analisar novamente a PEC.
Benefício a montadoras
Um dos pontos mais polêmicos em discussão entre os senadores é a manutenção ou não do artigo 19 do projeto, que mantém e amplia a isenção à produção de veículos elétricos e movidos a etanol.
A manutenção será válida para plantas de fábricas aprovadas ou implantadas até dezembro de 2025. O benefício atende, principalmente, governadores do Nordeste, que fecharam contratos recentemente com indústrias automotivas chinesas, por exemplo.
Senadores afirmam que montadoras que atuam em outras regiões do país, como Chevrolet e Volkswagen, estavam circulando pelo salão azul.
O trecho provavelmente será votado em destaque, como a possibilidade de ser retirado do texto. A votação deve ser apertada, mas os votos de Norte e Nordeste devem pesar mais, de acordo com os parlamentares.
— É um destaque que não vai seguir a lógica governo e oposição, mas uma lógica regional — disse o líder do União Brasil, Efraim Filho (PB)