Renda encolheu para todos os brasileiros desde 2012; para os mais pobres, queda foi de 31%
Rendimento dos que estão na base da pirâmide caiu de R$ 136,36 para R$ 93,63, em 2021. Já da população recuou 4,5% no período, de R$ R$ 1.416,84 para R$ 1.353,40
A renda média do brasileiro encolheu nos últimos nove anos, mas essa perda no rendimento foi sentida de forma ainda mais intensa pela população mais vulnerável. Entre 2012 e 2021, os 10% mais pobres tiveram uma queda de mais um terço no rendimento médio (31,3%). No mesmo período, a queda geral do rendimento médio do brasileiro foi de 4,5%.
De 2012 a 2021, os 10% da população com menor renda viram a renda média domiciliar per capita encolher de R$ 136,36 para R$ 93,63. Na média, a renda caiu de R$ 1.416,84 para R$ 1.353,40. No outro extremo, os 10% mais ricos no país registraram perda de 4,8% no período: o rendimento caiu de R$ 6.062,31 para R$ 5.772,38.
Os números integram a Síntese dos Indicadores Sociais, pesquisa divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (2). Segundo o IBGE, os dados revelam a acentuada desigualdade socioeconômica brasileira. Apesar de ter ocorrido uma queda em todas as faixas de renda, os 10% mais ricos receberam R$ 192,41 por dia em 2021, ou seja, 62 vezes o rendimento dos 10% da população com menor renda.
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Desigualdade elevada
A pesquisa revela outras disparidades na renda quando se analista a renda do brasileiro por classes de salário mínimo: cerca de 15% da população brasileira (31 milhões de pessoas) vivia em 2021 com R$ 275 por mês, o equivalente a um quarto do salário mínimo.
Já 73,1 milhões de brasileiros (ou 34% da população) viviam com cerca de R$ 550 por mês, o que representa meio salário mínimo. No outro extremo, 7 milhões de brasileiros, ou 3% da população, tinham rendimento mensal médio superior a cinco salários mínimos (R$ 5.500).
A desigualdade socioeconômica é também sentida de forma díspar entre as regiões do país. Nas regiões Norte e Nordeste, quase metade da população, mais da metade da população (51,2% e 54,3%, respectivamente) passava o mês com meio salário mínimo, enquanto na Região Sul menos de um terço da população (19,8%) esteve sob essa condição em 2021.