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Economia

Responsabilidade social e fiscal vão juntas, não há oposição, diz Persio Arida

Para economista, países que olharam mais para um dos lados da equação tiveram problemas

Pérsio Arida, um dos pais do Plano Real, afirmou que que é preciso voltar a máquina pública para a populaçãoPérsio Arida, um dos pais do Plano Real, afirmou que que é preciso voltar a máquina pública para a população - Foto: Reprodução

O economista Persio Arida, parte da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse há pouco que responsabilidade fiscal e social “vão juntas” e que é preciso avançar nas duas frentes.

“Não há oposição”, disse Arida no Lide Brazil Conference, em Nova York, nos Estados Unidos. O economista afirmou que há diversos casos de países que olharam mais para um dos lados da equação e tiveram problemas.

Arida havia sido questionado sobre declarações recentes de Lula a respeito da responsabilidade fiscal que levaram à reação negativa do mercado. Arida disse que, por pertencer ao grupo de transição, não poderia fazer comentários mais aprofundados sobre o tema.

Na semana passada, Lula disse que a responsabilidade fiscal não pode ignorar a situação de quem ganha menos. “Por que as pessoas são obrigadas a sofrer para garantir a tal da responsabilidade fiscal deste país? Por que toda hora falam que é preciso cortar gastos, é preciso fazer superávit, é preciso cumprir teto de gastos?.”

Reformas

Arida disse que a discussão sobre a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) está avançada e é possível que esse objetivo seja atingido no curto prazo, de seis a oito meses.

“Está amadurecido para isso”, afirmou, lembrando que há duas propostas de emenda à Constituição (PECs) de reformas “razoavelmente avançadas no Congresso”. Arida acrescentou que, além disso, o sistema tributário precisa de outras mudanças, mais profundas, que reduzam o contencioso e tragam previsibilidade.

Um dos formuladores do Plano Real, o economista disse que a abertura econômica e a reforma do Estado são outros dois pontos importantes para que o país possa crescer de forma inclusiva e sustentável.

De acordo com ele, o país “está muito longe” de conseguir abrir a sua economia e citou o Chile como um exemplo nesse campo.

Sobre a reforma do Estado, disse que a reforma administrativa “ainda engatinha” e é uma das dimensões dessa discussão. É preciso também revisar os gastos públicos, inclusive os gastos tributários, acrescentou. “Fato fundamental nessas reformas é o esforço de persuasão política.”

Arida frisou que o Brasil tem decepcionado no objetivo de atingir crescimento inclusivo e sustentável, mas que é possível reverter o quadro. Investimentos em educação, política social e meio ambiente são importantes nesse processo, disse ainda.

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