Resultado do PIB reforça estimativa de que economia crescerá 3% em 2023, apontam economistas
Resultado do terceiro trimestre veio acima do esperado pelo mercado e já leva a revisões
A alta de 0,1% do PIB no terceiro trimestre, divulgada pelo IBGE nesta terça-feira(5), junto com as revisões dos números do primeiro semestre, aumentam as chances da economia brasileira encerrar o ano de 2023 perto de 3%.
É o que apontam os economistas do mercado financeiro. Parte dos bancos e corretoras já começam a revisar para cima suas projeções diante do resultado acima do esperado no terceiro trimestre. Já as casas que já projetavam 3% avaliam que o resultado do PIB reforçam suas estimativas para o ano.
"Carrego" estatístico
Os ajustes ocorrem em função de um efeito estatístico chamado "carrego". Isso significa que, mesmo que a atividade econômica fique estagnada no quarto trimestre deste ano, o PIB deve encerrar 2023 com crescimento de 3% em relação ao de 2022.
— O crescimento do quarto trimestre deve ser próximo de zero. Por isso, devemos ter um crescimento em torno de 3% no ano — explica Juliana Trece, pesquisadora e coordenadora do Monitor do PIB do FGV Ibre.
A Ativa Investimentos revisou o PIB de 2,5% para 2,9%. Segundo, a revisão da estimativa se deu por conta de um resultado persistente da agropecuária e de um “retorno” dos setores da indústria e serviços.
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"A revisão do resultado do segundo trimestre de 2023, de 0,9% para 1,0%, fortalece ainda mais a surpresa de hoje", escreveram Guilherme Sousa e Étore Sanchez, em comentário.
Viés de alta
A projeção do Santander está sob revisão, com viés de alta. Gabriel Couto, economista do banco, avalia que o desempenho observado na economia este ano, até agora, implica em um crescimento próximo de 3% em 2023:
— Olhando preliminarmente, tudo aponta para um desempenho qualitativamente parecido com o observado no terceiro trimestre. Isso tende a implicar em um crescimento entre 2,5% e 3%. Provavelmente perto de 2,8% — afirma.