PRESIDENTE DO BC

Roberto Campos Neto: "Não tenho pretensão de me candidatar a nada, nem de ser político"

Presidente do BC negou que tenha conversado com Tarcísio de Freitas sobre ocupar cargo em eventual governo

Roberto Campos Neto, presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, presidente do Banco Central - Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou nesta quinta-feira (27), em São Paulo, que ele e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, são "muito amigos" e conversam sobre economia, assim como o mandatário do BC faz "com outros agentes".

Ele acrescentou que não vê o governador como um candidato à Presidência em 2026 e também negou tenha recebido convite para para participar de um eventual cargo político:

— Eu nunca tive nenhuma conversa com Tarcísio sobre ser ministro de nada. Teve um artigo no jornal que disse que alguém teria dito isso. Eu nunca falei isso, nem o Tarcísio, em nenhum momento. Sou muito amigo do Tarcísio, desde o governo passado — afirmou Campos Neto, durante coletiva de imprensa na capital paulista, acrescentando:

— Sempre conversamos bastante de economia[…]. Continuamos conversando sobre economia, como converso com vários outros agentes, parlamentares e pessoas do governo.

O presidente do BC acrescentou que as duas famílias (dele e de Tarcísio) são próximas e por isso eles “têm uma amizade grande”. Ele também afirmou que tiveram poucas conversas sobre política e, nessas ocasiões, teve a percepção de que “ele não é candidato agora”.

Sobre seu futuro fora do Banco Central, ele disse que suas áreas de atenção e de foco são “tecnologia e finanças”. Ele também acrescentou que não tem  "pretensão de me candidatar a nada, nem de ser político”, e negou que tenha atuado como conselheiro político de Tarcísio, ao ser questionado sobre isso:

— Ele está fazendo um trabalho tão bom. A última coisa que ele iria fazer é pedir um conselho para mim, que não entendo nada de política. Ele tem pessoas próximas que ele pode se aconselhar — disse Campos Neto.

Em um momento em que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva tem escalado as críticas ao comando do BC, Campos Neto também disse que  que o "tempo vai dizer que o trabalho foi técnico” e que as análises feitas depois que ele deixar o cargo vão certificar a tecnicidade de sua gestão. Ele disse ainda que não cabia a ele discutir política.

Lula subiu o tom na última semana em críticas contra Campos Neto. Em entrevista à rádio CBN, no dia 18 de junho, o mandatário afirmou que o comando do BC era a única coisa “desajustada” na economia do país e que Campos Neto “trabalha muito mais para prejudicar o país do que ajudar”.

O petista também citou a relação do presidente do BC com Tarcísio e o comparou ao senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

Campos Neto acrescentou que a diretoria do Banco Central está “coesa” para diminuir qualquer tipo de dúvidas em relação ao BC. Ele ressaltou, no entanto, que “ruídos políticos” atrapalham as condições macroeconômicas do país, ao ser questionado sobre falas de Lula:

— Em momentos de pronunciamento você teve piora em algumas variáveis macroeconômicas, em alguns preços de mercado. É óbvio que quando você aumenta o prêmio de risco, por qualquer razão, esse aumento de prêmio de risco com volatilidade faz com que o trabalho fique mais difícil.

Sobre a perspectiva de juros, o presidente do BC afirmou que a alta da Selic não é o "cenário base" da autoridade monetária e acrescentou que "em nenhum momento" a comunicação oficial do Comite de Política Monetária (Copom) quis passar essa mensagem.

Ele acrescentou, no entanto, que o Banco Central "segue vigilante":

—Não é o cenário base (aumento de juros). Não teve a intenção em nenhum momento na comunicação oficial de passar essa mensagem. A mensagem que a gente quis passar é que a gente prefere não dar guidance (a sinalização dos próximos passos na condução da taxa de juros), mas que seguimos vigilante— afirmou.

Na semana passada, por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia em 10,5%, após sete cortes consecutivos.

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