Rússia dá apoio a programa nuclear da Coreia do Norte em troca de soldados, diz secretário da Otan
Holandês Mark Rutte fez afirmação após uma reunião de ministros das Relações Exteriores da aliança
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou nesta quarta-feira que a Rússia está dando suporte aos programas de mísseis e nuclear da Coreia do Norte em troca de soldados enviados por Pyongyang para o território russo, para reforçar a guerra na Ucrânia.
— Em troca de tropas e armas, a Rússia está dando à Coreia do Norte suporte para seus programas de mísseis e nuclear — disse Rutte a jornalistas após uma reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan. — Esses desenvolvimentos podem desestabilizar a Península Coreana e até mesmo ameaçar os Estados Unidos.
A Ucrânia e seus aliados dizem que a Coreia do Norte enviou soldados para a Rússia para lutar ao lado das forças de Moscou na região de Kursk — embora soldados que atuam no front tenham dado depoimentos à mídia recentemente, afirmando que não viram nenhum norte-coreano em combate até o momento.
Rutte enfatizou o risco que a aliança entre Moscou e Pyongyang representa para Washington, em um momento em que os aliados tentam encontrar maneiras de convencer o presidente eleito Donald Trump de que é do interesse americano manter o apoio à Ucrânia.
O republicano levantou dúvidas sobre a continuidade da vasta ajuda militar dos EUA a Kiev e prometeu fechar um acordo rápido para acabar com a guerra.
— O crescente alinhamento da Rússia, China, Coreia do Norte e Irã destaca a natureza global das ameaças que enfrentamos, incluindo os perigos crescentes da guerra em andamento na Ucrânia — disse Rutte.
A situação no campo de batalha está parecendo cada vez mais sombria para a Ucrânia à medida que a posse de Trump se aproxima.
As forças russas estão avançando ao longo da linha de frente enquanto as forças fatigadas de Kiev lutam com suprimentos de armas e escassez de soldados. Em Bruxelas, Rutte pediu que os membros da Otan enviem armas suficientes para a Ucrânia mudar o curso do conflito.
— Devemos fornecer suporte suficiente para mudar a trajetória deste conflito de uma vez por todas — disse o secretário-geral. — Discutimos o que mais os aliados podem fazer para fornecer munição crítica e defesas aéreas.