Safra de laranja tem queda de 28% no cinturão citrícola
O total da safra que terminou também é 11,6% inferior à média dos últimos dez anos
A safra de laranja 2018/2019 terminou com queda de 28,2% em relação à anterior no cinturão citrícola formado pelo estado de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais.
Os dados, divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Fundo de Defesa da Citricultura ( Fundecitrus), mostram que foram produzidas 285,98 milhões de caixas de 40,8 quilos cada uma, ante as 398,35 milhões de caixas da safra 2017/2018.
Já se sabia que a safra seria menor que a anterior, devido às características de bianualidade da cultura, segundo o diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto."A citricultura é bianual e é bom para o mercado que um ano tenha safra grande e, no outro, pequena. Isso tem sido responsável pelo equilíbrio de preços no setor, tanto do suco quanto da fruta", afirmou.
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Além de inferior à safra anterior, a produção ficou 0,8% abaixo da projeção inicial, feita em maio de 2018, que apontava uma safra de 288,29 milhões de caixas. Uma série de eventos climáticos contribuiu para o tamanho da safra. Houve, por exemplo, atraso das chuvas da primavera em 2017, o que fez o florescimento das laranjeiras atrasar.
Já depois do florescimento, as altas temperaturas prejudicaram o chamado pegamento dos frutos, o que resultou na redução do total de laranjas produzidas por árvores.
Entre maio de 2018 e o mês de março de 2019, a chuva acumulada na região citrícola ficou 3% abaixo da média histórica, com 1.295 milímetros. E, de maio a julho do ano passado, a seca foi maior que o esperado, o que fez com que os frutos não atingissem o tamanho médio projetado, de 256 frutos por caixa. Foram precisos, segundo o Fundecitrus, três laranjas a mais para completar a caixa de 40,8 quilos.
Variedades
As variedades valência e valência folha murcha foram responsáveis por 107,91 milhões de caixas produzidas no cinturão citrícola. Outras 79,12 milhões de caixas foram da variedade pera rio, seguida por hamlin, westin e rubi (50,7 milhões), natal (33,59 milhões) e valência americana, seleta e pineapple (14,66 milhões de caixas).
Dos 285,98 milhões de caixas, 16,02 milhões são referentes ao Triângulo Mineiro."Precisamos agora saber qual será o tamanho da safra que virá. Sabemos que passaremos com estoques baixos nessa safra. Entraremos [na safra] com necessidade de compra de fruta, o que é bom por valorizar o suco e a fruta. Se vier muito grande, não é legal. Se for muito pequena, também não", disse o diretor-executivo da associação que reúne as gigantes da laranja.