"Se obtivermos a licença, vamos fazer tudo de forma segura", diz Magda sobre Margem Equatorial
Presidente da Petrobras, que participa de evento no Rio com Lula, diz que presidente pode ficar "tranquilo"
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, destacou a relevância de iniciar as atividades na Margem Equatorial, região que se estende do litoral do Amapá até o Rio Grande do Norte. Em seu discurso, ela citou ainda os investimentos em segurança operacional para obter a licença do Ibama para perfurar o primeiro poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas.
— É importante destacar a relevância da Margem Equatorial e da pesquisa. Se obtivermos a licença, vamos fazer tudo de forma segura. Pode ficar tranquilo em relação a isso, presidente — disse Magda, em mensagem direta para o presidente Lula.
Magda aproveitou ainda o evento para elencar algumas das iniciativas que vêm sendo feitas pela companhia em segurança ambiental.
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— Contamos com centros de defesa ambiental em 14 estados. São 19 bases operacionais para atuar em qualquer emergência. Temos uma parceria com a Nasa. Estejam certos de que, sendo possível a licença, vamos ter o melhor aparato de emergência já visto no mundo.
Magda participa nesta segunda-feira de um evento promovido pela estatal no Terminal da Baía de Ilha Grande (Tebig), em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, com a presença de Lula; do vice-presidente, Geraldo Alckmin; de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia; além de Magda Chambriard, presidente da Petrobras; e Sérgio Bacci, presidente da Transpetro.
O futuro da Margem Equatorial ganhou um novo capítulo no fim de janeiro, quando Petrobras e Ibama se reuniram em Brasília a pedido de Lula. O objetivo do encontro foi munir o governo com informações para compreender os argumentos de ambos os lados, de forma a decidir o futuro da exploração na margem equatorial.
Pressão pública
No centro da discussão está a obtenção da licença para que a Petrobras perfure o primeiro poço de exploração na Bacia da Foz do Amazonas. O poço está a 2.880 metros de profundidade, a 175 quilômetros da costa do Amapá e a 540 km da Foz do Rio Amazonas.
A reunião veio acompanhada de pressão pública do presidente. No início de fevereiro, Lula se comprometeu com o novo presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), a aprovar a licença para perfurar o primeiro poço de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas.
Depois, em entrevista a uma rádio, voltou a falar sobre o tema. Semana passada, Lula disse que e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, “jamais será contra a exploração” na região, porque “é uma pessoa inteligente”.
Como é o projeto
Em novembro, os técnicos do Ibama emitiram um parecer desfavorável à perfuração de um poço na região e solicitaram mais esclarecimentos à estatal. A companhia respondeu e se comprometeu a fazer investimentos adicionais, como a construção de um centro de reabilitação da fauna.
Além do centro de reabilitação da fauna, que deve ficar pronto na próximas semanas, segundo a Petrobras, estão previstas seis embarcações equipadas para contenção e recolhimento de óleo, sendo duas delas sempre próximas da sonda.
O projeto conta com três aeronaves, que poderão ser utilizadas para resgate aeromédico, resgate de fauna e monitoramento. Para resposta à fauna, em caso de emergência, serão disponibilizadas outras seis embarcações, dedicadas e devidamente equipadas para atendimento à fauna com profissionais especialistas, informou a estatal.
Há ainda a Unidade de Estabilização e Despetrolização (UED) de Oiapoque e o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD), em Belém. Ambas já construídas.