ELON MUSK

Sem apresentar provas, Musk acusa Moraes de ter interferido na eleição de 2022

Em postagem no X, Musk afirma que funcionários do Twitter "parecem ter sido cúmplices" na suposta interferência do ministro

Empresário Elon Musk e o ministro do STF Alexandre de MoraesEmpresário Elon Musk e o ministro do STF Alexandre de Moraes - Foto: Montagem com fotos de Etienne Laurent e Evaristo Sa / AFP

O bilionário Elon Musk, em mais um ataque direcionado a Alexandre de Moraes, fez uma publicação em seu perfil no X (antigo Twitter) chamando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de "falso juiz" e acusando-o de interferir nas eleições presidenciais de 2022 no País, mas sem apresentar prova alguma.

Na postagem na rede social, da qual é dono e que segue suspensa no Brasil por determinação de Moraes, Musk afirma que funcionários do Twitter "parecem ter sido cúmplices" na suposta interferência do ministro.

O bilionário, que desde abril trava um embate e tenta se esquivar de cumprir determinações da Justiça brasileira, pede para que "qualquer pessoa com exemplos ou evidências" responda à postagem dele.


"Há evidências crescentes de que o falso juiz @Alexandre se envolveu em séria, repetida e deliberada interferência eleitoral nas últimas eleições presidenciais do Brasil. Pela lei brasileira, isso significaria até 20 anos de prisão. E lamento dizer que parece que alguns ex-funcionários do Twitter foram cúmplices. Qualquer pessoa com exemplos ou evidências nesse sentido, responda a esta postagem", escreveu o bilionário.

Desde o resultado das últimas eleições para presidente, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o então mandatário Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, o resultado eleitoral é contestado pelo ex-presidente e por seus seguidores, sem que eles apresentem qualquer evidência de que algum tipo de fraude tenha sido cometida.

A acusação é o principal argumento que motivou bolsonaristas a uma tentativa de golpe de Estado, investigada pela Polícia Federal (PF) e pelo STF.

A decisão de Moraes em suspender a rede social em território brasileiro foi publicada após o empresário se recusar a nomear um representante para responder pela empresa no Brasil. O pedido tinha 24 horas para ser cumprido, e foi feito depois de o escritório da rede social ser fechado no País.

Políticos bolsonaristas usam VPN e burlam suspensão
Mesmo suspensa no Brasil, a rede continuou sendo usada por alguns políticos bolsonaristas, como o deputado Marcel Van Hattem (PP-RS), que afirmou estar usando redes privadas virtuais, conhecidas como VPN, para burlar a suspensão.

O deputado escreveu afirmando que sabe que a publicação pode custar US$ 10 mil, se referindo a determinação de Moraes em multar quem usasse a ferramenta e afirmou que estava começando ali uma "ditadura".

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), em uma publicação em inglês, também falou sobre o risco de ser multado, mas disse que "não vai recuar", afirmando que se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderia continuar postando na rede, ele também tinha o direito.

O mesmo argumento foi usado por Gustavo Gayer (PL-GO), que postou uma captura de tela de uma postagem da Corte Eleitoral, e em outra publicação afirma que a rede estava "bombando" depois da decisão de Moraes.

TSE diz que postagens estavam programadas
O TSE realizou postagens tanto no sábado quanto no domingo. Questionado pelo Estadão, o órgão afirmou que as postagens estavam programadas e por isso foram publicadas depois da determinação de Moraes.

A suspensão impossibilitou, inclusive, a exclusão dos agendamentos. "O Tribunal Superior Eleitoral, como todo órgão público e entidade particular, acata decisão judicial, que pode ser questionada pelas vias próprias, mas há de ser cumprida por todas as pessoas", disse em nota.

O STF foi procurado para comentar as acusações de Musk, mas não respondeu.

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