Senador diz ter cópia de contrato de trabalho de Rial com Americanas datado de maio; ex-CEO nega
Carlos Portinho diz ter enviado documento para comissão do Senado. Rial alega que se trata de uma carta proposta
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou ter uma cópia de um contrato de trabalho firmado entre a Americanas e o ex-CEO da empresa Sérgio Rial, que denunciou a inconsistência contábil de R$ 20 bilhões da companhia. Portinho disse ter enviado o documento, firmado entre Rial e o grupo 3G no mês de maio, para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa, nesta terça-feira. Rial negou que tenha assinado o contrato nesta data.
A informação sobre a atuação de Rial na Americanas antes dos nove dias em que foi CEO da empresa no mês de janeiro foi revelada pelo colunista do Globo Lauro Jardim, que mostrou que após o anúncio oficial do executivo para o comando da empresa, em agosto, ele recebeu R$ 150 mil mensais para a transição, resultado de um documento assinado em maio.
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Rial negou que o documento assinado em maio tenha sido um contrato formal, frisando que era um tipo de “moldura” para o trabalho que efetivamente prestaria na companhia. Entre setembro e dezembro, ele atuou como consultor das Americanas, para se ambientar à empresa, período no qual diz ter realizado 21 reuniões como uma preparação para assumir o comando da varejista.
Por meio de nota, Rial nega esses contratos e os pagamentos anteriores ao mês de setembro e diz que há uma confusão entre “uma carta proposta de bases com o contrato em si mesmo”. “Não houve nenhuma prestação de serviços e nenhum pagamento neste período de maio a setembro de 2022, justamente porque não existia contrato vigente”.
Ainda segundo a assessoria de Rial, tanto a carta proposta como o contrato de ambientação do período de 1 de setembro a 31 de dezembro serão apresentados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) “com a mais absoluta tranquilidade, para que não ocorram quaisquer equívocos de interpretação”.