Senado

Senadores pedem prazo e adiam análise da desoneração da folha de pagamento de 17 setores

Proposta prorroga desoneração até 2027 para os setores que mais empregam no país

Reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado  - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou, nesta terça-feira, a votação do projeto que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento dos 17 setores que mais empregam no país após pedido de vista coletivo. A votação na comissão estava prevista para hoje. Depois, o texto seguirá para o plenário.

A análise será retomada na próxima terça-feira. Um pedido de vista dá mais tempo para os senadores analisarem o texto.

— O adiamento é regimental, por uma semana, e a luta continua para aprovarmos na próxima reunião da CAE e no plenário — disse o relator do projeto, senador Angelo Coronel (PSD-BA).

A proposta de desoneração da folha substitui a contribuição previdenciária patronal de empresas de setores que são grandes empregadores, de 20%, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Isso diminui custos com contratações para 17 setores, como têxtil, calçados, construção civil, call-center, comunicação, empresas de construção civil, fabricação de veículos, tecnologia e transportes. Os segmentos são responsáveis por gerar cerca de nove milhões de empregos formais. Sem a prorrogação, a desoneração da folha de pagamentos terminaria no fim deste ano.

Senadores defenderam o projeto e disseram que o adiamento é um risco ao aumento do desemprego.

— É importante não jogarmos esse tema para o fim do ano. São 600 mil demissões que correm o risco de ocorrer — disse o autor do projeto, senador Efraim Filho (União-PB).

O senador Otto Alencar (PSD-BA) ressaltou que o adiamento é um direito regimental, mas disse que é justo que se faça a desoneração.

— Neste momento, as empresas estão projetando seus cenários para o próximo ano — afirmou. — O que está se fazendo é desonerando a folha de quem emprega, de quem tem atividade econômica que emprega muito. É natural que se possa prorrogar.

Pequenos municípios
O texto começou a tramitar no Senado e foi aprovado pela Câmara dos Deputados. Mas voltou para análise dos senadores em razão de mudanças feitas pelos deputados. Depois de aprovado pelos senadores, o projeto vai para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O relator apresentou um parecer rejeitando as alterações da Câmara dos Deputados, retomando o texto anteriormente aprovado pelos senadores.

Na primeira passagem pelo Senado, foi acrescentada à proposta a redução da alíquota de 20% para 8% da contribuição previdenciária de municípios com até 156 mil habitantes.

Na Câmara dos Deputados, o trecho foi modificado para conceder uma isenção variável no imposto previdenciário a todos os municípios. A alíquota oscilaria de 8% a 18%, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB). Quanto menor o PIB, menor a alíquota.

O novo relatório retoma a regra de que reduz de 20% para 8% pequenos a alíquota cobrada sobre municípios com 156 mil habitantes ou menos.

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