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Reajuste Salarial

Servidores federais aprovam calendário de paralisações em janeiro por reajuste salarial

A insatisfação dos servidores aumentou com a notícia da aprovação do reajuste salarial dos funcionários de segurança pública

Foto: USP Imagens

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) aprovou, nesta quarta-feira, um calendário de mobilização que poderá resultar em uma greve geral unificada das categorias por um reajuste salarial ainda no primeiro trimestre de 2022. O cronograma prevê dias de paralisação, com início em 18 de janeiro, e assembleias em fevereiro.  

A insatisfação dos funcionários de carreira, que já reclamavam da proposta de reforma administrativa defendida pelo Executivo no Congresso, aumentou com a notícia de que o governo havia reservado dinheiro para aumentar os salários dos policiais.

As demais categorias ficaram de fora, incluindo os auditores da Receita Federal, que já iniciaram “operações tartarugas” em portos, aeroportos e fronteiras e entregaram quase 800 cargos de confiança. 

E servidores em cargos de chefia em Banco Central, Secretaria do Tesouro e Controladoria-Geral da União já iniciaram conversas para a entrega dos cargos nos primeiros dias de 2022, de acordo com o presidente do Fonacate, Rudinei Marques. Ele estima que cerca de 5 mil postos podem ser entregues, se todo o funcionalismo federal aderir.

Para o presidente do Sindilegis e integrante da diretria do Fonacate, Alison Souza, ainda é cedo para falar de greve, mas é inegável que o anúncio de reajustes aos funcionários da segurança pública deixaram a categoria inquieta.

— Falar que vai ter greve é algo muito forte para o momento. Há uma revolta muito grande dos servidores e o aumento para os policiais, sem que fôssemos incluídos, foi como acender um fósforo em um barril de querosene. O que posso dizer é que, se nada for feito até março, certamente temos a possibilidade de uma greve — disse.

Ele participou de uma reunião com presidentes de 37 entidades que representam os servidores públicos, para discutir a campanha de reposição salarial. Reclamou que nunca houve diálogo entre o governo do presidente Jair Bolsonaro e os funcionários públicos federais.  

—Esse é um governo marcado pela ausência de diálogo e transparência — completou.

Em novembro, a entidade enviou ofício aos ministérios da Casa Civil e da Economia para agendar reunião com o objetivo de tratar do reajuste dos servidores, com salário congelado desde janeiro de 2017. Marques relata, no entanto, que não houve retorno das pastas.

O presidente do Fonacate afirma que, com a escalada da inflação, hoje a dois dígitos, o salário dos servidores acumula defasagem de 20% a 30%. Se não houver correção na janela de 2022, só poderá ser revisto em 2024, devido a legislação aprovada no ano passado que proíbe a reavaliação de salários em anos de transição de mandatos de governadores e presidentes.

Procurado pelo Globo, o ministério da Economia disse que não vai se pronunciar. A Casa Civil ainda não retornou o contato.

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