Setor de confeitarias avança após superar a crise econômica e a pandemia, revela pesquisa
33% dos empreendimentos tiveram um faturamento superior na Páscoa de 2023 em comparação com o ano passado
Um estudo conduzido pela ZupGo, em parceria com a ASBRAFE (Associação Brasileira de Comércio de Artigos para Festas) realizado com 2.056 profissionais de confeitaria em todo o Brasil revelou que o setor teve um crescimento significativo entre 2019 e 2022. Com uma taxa de expansão anual superior a 11%, os resultados representam mais que o dobro da taxa de crescimento observada no início dos anos 2010, que variava entre 2% e 5% ao ano. Em 2018, quase 9% dos profissionais afirmaram ter iniciado no ramo.
A pesquisa ainda destacou alguns dos principais desafios enfrentados pelos empreendedores do setor. Entre esses desafios estão a profissionalização da gestão e produção, estratégias de marketing e vendas, precificação de produtos, formalização dos negócios e capacitação.
Weverton Guedes, co-fundador da ZupGo, ressaltou que, “apesar do crescimento impressionante do número de confeitarias durante a crise econômica de 2015-2016 e a pandemia, o desenvolvimento de soluções para auxiliar os empreendedores desse setor não acompanhou o mesmo ritmo”. Ele aponta que a profissionalização da gestão e produção, estratégias de marketing e vendas, precificação de produtos, formalização dos negócios e capacitação são desafios fundamentais enfrentados pelos confeiteiros.
Segundo os dados, mais de 41% das confeitarias iniciaram suas atividades durante a pandemia, seja como uma forma de complementar a renda ou como fonte principal de renda para os empreendedores.
Outro destaque do estudo é que 75% das confeitarias estão localizadas na região Sudeste do país. Além disso, 69% dos empreendedores trabalham sozinhos, e 85% dos estabelecimentos estão instalados nas residências dos próprios empreendedores. A confeitaria é a única fonte de renda para 55% desses negócios.
No que diz respeito aos canais de vendas e entregas, 75% das confeitarias recebem encomendas por e-mail, redes sociais ou telefone. Outros 56% possuem serviço de entrega próprio, e 36% daqueles que oferecem serviço de delivery utilizam aplicativos como Uber e 99.
Já em relação aos produtos e insumos, os principais produtos comercializados por 57% das confeitarias são bolos artísticos, doces para festas, pães, mel, brownies, entre outros. A maioria dessas confeitarias (54%) compra seus ingredientes principalmente em atacadistas, enquanto apenas 1,8% realizam compras por meio de e-commerce.
Quanto à formalização dos negócios, 54% das confeitarias possuem CNPJ, e 35% pretendem se formalizar no curto ou longo prazo. Apesar disso, apenas 15% possuem marca registrada, e 69% possuem logomarca sem registro.
Resultado nas vendas
Sobre o desempenho de vendas, o levantamento indica que 33% dos empreendimentos tiveram um faturamento superior na Páscoa de 2023 em comparação com 2022. No entanto, 56% desses negócios faturaram menos de R$ 2.000 durante esse período, enquanto no Dia das Mães de 2023, 17% das confeitarias tiveram um faturamento superior ao de 2022, mas 61% faturaram menos de R$ 1.000.
A falta de uma estratégia de marketing digital é uma dificuldade interna para 56% dos empreendedores, indica o estudo. Além disso, 76% acreditam que o alto custo dos insumos afeta seus negócios. A gestão das confeitarias é feita por meio de planilhas de controle para 53% dos empreendedores, enquanto apenas 11% utilizam softwares de gestão. O Instagram é uma das principais ferramentas de divulgação utilizadas por 86% das confeitarias.
A pesquisa ainda revela dados sobre capacitação e formação. 51% dos profissionais possuem graduação, pós-graduação ou doutorado. O ensino médio completo é possuído por 32% dos empreendedores. Aperfeiçoamento e aquisição de novas técnicas de confeitaria são buscados por 72% por meio de cursos online.