Seguros

Setor de seguros quer ampliar participação de brasileiros de baixa renda barateando custos

Está em discussão criação de seguro universal contra catástrofes, como a de São Sebastião, em SP

Farol do veículo Farol do veículo  - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Com novos produtos, especialmente aos brasileiros com menor renda, e barateamento de custos, o segmento de seguros, previdência e saúde complementar quer aumentar em 20% a população atendida no país e gerar mais recursos para a poupança nacional. No Brasil, 80% da frota de automóoveis circula sem seguro e apenas 17% tem seguro de vida.

Entidades e empresas lançaram nesta quinta (16) um plano com ações para crescer até 2030, elevando o pagamento de benefícios, sorteios e resgates dos atuais 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) para 6,5% nos próximos anos. No ano passado, o setor desembolsou R$ 450 bilhões com esses pagamentos

"O foco vai ser no consumidor. O seguro é importante para quem tem menos renda. Hoje não há percepção da importância desse setor", disse Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), que acredita que o setor pode atingir até 10% do PIB no período.

O presidente da CNseg disse que está em fase final de discussão uma proposta de seguro de catástrofe, que oferece cobertura social universal no país, para casos como o de São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo, que provocou a morte de mais de 60 pessoas e deixou pessoas desabrigadas.

O projeto deverá ser apresentado ao governo e o seguro deverá atender de maneira emergencial que for atingido. Oliveira não deu mais detalhes, mas disse que o seguro não seria pago pelo governo.

Também está em formatação o seguro de vida universal, que mistura características de seguro de vida e previdência. trata-se de um produto simples, em que a pessoa paga um valor fixo e acumula valores por 20 ou 30 dias. Se há um caso de morte no meio desse prazo, ela recebe um valor. Se não, resgata o acumulado ao longo do tempo. Faltam detalhes de regulamentação

Oliveira disse que também estão sendo discutidas formas de baratear certos seguros, como o funeral, para pessoas de baixa renda. Oliveira afirmou que existem produtos desse com preço entre R$ 5 e R$ 10, mas o custo de emitir um boleto equivale a 20% do preço do produto.

"Estamos discutindo com o governo fazer uma cobrança consignada ou até mesmo via PIX para baratear o custo", disse Oliveira.

O plano também quer mudar a imagem desses produtos, que ainda são alvo de desconfiança dos consumidores. A ideia é mostrar que existe governança, responsabilidade social e sustentabilidade. O plano prevê ainda ampliar os canais de distribuição, especialmente os digitais, para chegar a consumidores que não estejam no mercado, e melhorar a eficiência da regulação do setor.

O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, que participou do lançamento, disse que há disposição do novo governo para ampliar o diálogo com o segmento. Barbosa defendeu derrubar barreiras e burocracia para atrair novos competidores e mais consumidores a esses produtos.

"É possível fazer o mesmo que foi feito no mercado mobiliário, facilitando o acesso das companhias ao mercado, reduzindo a burocracia, sem tirar a segurança do setor", afirmou o secretário, que afirmou que cooperativas poderiam ajudar a alavancar o mercado de seguros.

O secretário disse que o governo trabalha na construção de um novo modelo para o Dpvat, seguro obrigatório para motoristas e destinado a vítimas de acidente de trânsito, que não foi cobrado em 2021 e 2022. Também afirmou que o potencial dos seguros não é utilizado no financiamento de longo prazo da infraestrutura do país.

Dados do setor mostram que o brasileiro gasta, per capita, cerca de US$ 200 com seguros. No Uruguai, são US$ 500 e em países como França e Reino Unido, esse valor chega a U$ 5 mil.

Veja também

Dólar cai para R$ 5,42 e fecha no menor valor em um mês
Dólar

Dólar cai para R$ 5,42 e fecha no menor valor em um mês

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee
Falha no sistema

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Newsletter