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Marketplaces

Shein terá marketplaces no México e na Europa para venda de produtos fabricados localmente

Com expansão, empresa quer diversificar cadeia de suprimentos. Hoje, empresa chinesa tem plataformas on-line no Brasil e nos EUA

SheinShein - Foto: Jade Gao / AFP

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A Shein vai fortalecer sua presença na Europa e no México. A gigante chinesa de fast fashion chinesa passará a incluir a venda de mais produtos fabricados localmente, em uma tentativa de diversificar sua cadeia de suprimentos, centrada na China.

Neste mês, a empresa vai lançar um marketplace no México, com produtos da marca Shein e de outras pequenas empresas mexicanas. A empreitada será seguida por lançamentos na Alemanha, Espanha, França e Itália no terceiro trimestre.

Esse modelo já existe nos EUA e no Brasil. Por aqui, recentemente, a companhia ampliou o escopo dos negócios e fechou parcerias com fábricas locais para produção de itens com a marca Shein.

De acordo com o chefe global de relações públicas da Shein, Leonard Lin, o movimento reforça a estratégia da empresa de buscar nacionalizar as vendas nos países onde atua.

— Estaremos preparados para aumentar a diversificação e trabalhar com fornecedores locais— disse.

A estratégia da companhia de vender outros produtos além dos seus a aproxima do que a rival Temu oferece. O aplicativo de compras vem aumentando sua popularidade nos EUA. Em maio, suas vendas chegaram a superar as da Shein.

Lin afirma que a expansão da Shein não é reflexo do que os concorrentes estão fazendo. Segundo ele, a empresa continuará a se concentrar no que pode oferecer aos seus principais clientes: as jovens consumidoras. De acordo com o executivo, houve um grande aumento na demanda dos clientes por mais variedade de produtos.

Produção na China
Apesar do esforço, a empresa continua fortemente dependente de uma vasta rede de fabricantes contratados na China, que produzem novos designs em cerca de dez dias para atender aos consumidores ocidentais, que mudam de demandas rapidamente.

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Embora o sistema tenha sustentado a rápida ascensão da gigante chinesa — supera de longe a Zara e a H&M no mercado de moda rápida dos EUA — também deixou a empresa no meio das tensões EUA-China que estão se espalhando por uma série de setores.

A empresa também enfrenta críticas relacionadas às suas operações, desde acusações sobre roubo de projetos até ligações com trabalho forçado, além da contribuição para o consumo excessivo que está prejudicando o meio ambiente.

A empresa gastou milhões de dólares para endereçar essas preocupações, incluindo atualizar fábricas e lançar um programa que mostra o trabalho de designers independentes e dá aos artistas uma parte dos lucros.

Lin contou que Shein leva a sério a violação de direitos autorais e usa verificações automáticas e manuais para revisar produtos de fornecedores e vendedores terceirizados antes de colocá-los à venda.

— Levamos a sério a visibilidade em toda a nossa cadeia de suprimentos e estamos comprometidos em respeitar os direitos humanos e cumprir as leis locais em cada mercado em que operamos. Temos tolerância zero em relação ao trabalho forçado — disse Lin.

Expansão pelo mundo
Os esforços para se afastar ainda mais da China também devem eliminar uma de suas maiores desvantagens: os longos prazos de entrega. A empresa já possui centros de distribuição no meio-oeste dos EUA e na Califórnia para levar os itens aos clientes, abriu um depósito em Toronto e tem uma unidade na Polônia.

A produção local está sendo considerada na Índia em uma parceria com a Reliance Industries, de Mukesh Ambani. Além disso, existem cerca de mil fabricantes de itens da marca Shein na Turquia e no Brasil. A empresa quer que o país sul-americano, o primeiro a obter um marketplace da Shein fora da China, tenha 85% das vendas de produtores e comerciantes locais até 2026, disse Lin.

A Shein já está estendendo o tapete vermelho para atrair empresas. Ela oferecerá treinamento e incentivos, como renúncia à comissão por determinados períodos, para os principais fornecedores em potencial.

Ela quer ter 100 mil vendedores em todos os mercados onde atua faturando US$ 100 mil anuais. E mais 10 mil deles atingindo US$ 1 milhão em três anos, de acordo com Lin. Alguns dos vendedores atuais da empresa conseguiram vendas mensais que chegam a US$ 1 milhão em três meses após ingressar na plataforma.

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