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ECONOMIA

Shell anuncia saída do petróleo e gás russo por conflito na Ucrânia

A empresa avisa que está de acordo com as novas diretrizes do governo britânico

ShellShell - Foto: Shaun Curry/AFP

A gigante britânica do petróleo Shell anunciou, nesta terça-feira (8), que planeja se retirar do petróleo e do gás russos "gradualmente, em conformidade com as novas diretrizes do governo", como resposta à invasão russa da Ucrânia.

Em um comunicado, a Shell especificou que, "como primeiro passo imediato, o grupo interromperá todas as compras à vista no mercado de petróleo russo", além de "fechar seus postos de gasolina e suas atividades de combustível para aviação e de lubrificantes na Rússia".

"Nossas ações até o momento foram guiadas por discussões em curso com governos sobre a necessidade de dissociar a empresa dos fluxos de energia russos, mantendo, ao mesmo tempo, o fornecimento de energia", afirmou o CEO da Shell, Ben van Beurden.

Ele destacou, contudo, que, dada a "localização física e a disponibilidade de alternativas", este esforço "pode levar semanas".

O grupo está "mudando [sua] cadeia de suprimentos de petróleo bruto para retirar volumes russos", acrescentou.

"Essas mudanças sociais trazem à tona o dilema de pressionar o governo russo por suas atrocidades na Ucrânia e garantir um fornecimento estável e seguro de energia na Europa", explicou Beurden.

Apesar de uma série de sanções massivas contra Moscou, o setor de energia ainda não foi afetado. Isso se deve, em especial, porque a Europa é altamente dependente do gás russo - sobretudo, a Alemanha.

Em uma entrevista coletiva na segunda-feira (7), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que a retirada do petróleo e do gás russo é a "coisa certa a fazer", mas que isso deve ser feito "passo a passo".

O premiê holandês, Mark Rutte, manifestou-se na mesma linha, admitindo que "a triste realidade é que somos altamente dependentes do petróleo e do gás russos" e que uma transformação tão profunda "levaria tempo".

Hoje, no entanto, o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, disse que a Europa "tem soluções para se tornar independente do gás russo" e acrescentou que quer "acelerar" essas soluções para "enfrentar o desafio no inverno de 2022-2023".

Menos dependentes dos hidrocarbonetos russos, os Estados Unidos pressionam seus parceiros europeus a lançarem sanções contra o setor energético russo, o que afetaria o núcleo da receita da Rússia e, acredita-se, levaria Moscou a cessar sua ofensiva na Ucrânia.

O presidente Joe Biden anunciará nesta terça-feira um embargo sobre a importação americana do petróleo russo, em resposta à invasão da Ucrânia por parte de Moscou, informou a imprensa americana. 

Desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, os preços da energia dispararam nos mercados. O preço do gás natural europeu atingiu níveis recordes e o do petróleo bruto chegou perto de seus máximos históricos.

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