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Sindicato de servidores do IBGE atribui renúncia de diretores a "desgaste" com gestão de Pochmann

A diretora e o diretor-adjunto de Pesquisa do instituto entregaram seus cargos e foram substituídos no início desta semana

IBGEIBGE - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O IBGE informou no início da semana a substituição da diretora de Pesquisas do IBGE, Elizabeth Hypolito, e seu diretor-adjunto, João Hallak Neto. Os dois são funcionários de carreira do IBGE e serão substituídos, respectivamente, pelos também servidores Gustavo Junger da Silva e Vladimir Goncalves Miranda.

O primeiro era coordenador técnico do Censo Demográfico, subordinado a Elizabeth, e o segundo atuava na Gerência de Planejamento Conceitual da mesma diretoria.

O IBGE não informou o motivo das substituições, mas, em um comunicado, o sindicato nacional dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ASSIBGE) diz que os dois diretores entregaram seus cargos por um “desgaste” com a gestão do atual presidente do IBGE, Marcio Pochmann.

A renúncia é mais um episódio da tensa relação entre Pochmann e os servidores do órgão, que chegaram a fazer um protesto contra ele em setembro do ano passado pedindo sua saída.

Segundo o sindicato, em reunião com coordenadores da diretoria na terça-feira, Elizabeth Hypolito e João Hallak apresentaram como principal motivo para deixarem os cargos uma série de decisões unilaterais de Pochmann sem a participação da diretora ou de “alguns outros membros do Conselho Diretor”.

“Posturas desrespeitosas às competências e atribuições dos diretores eram constantemente realizadas, como por exemplo, assuntos que deveriam ser discutidos e votados pelo Conselho Diretor da instituição já chegavam praticamente decididos, sem espaço para um debate real. Além das atitudes que fogem aos princípios básicos de gestão pública responsável, a falta de diálogo e de autonomia fortaleceram os desejos de saída dupla”, diz o texto divulgado pela entidade.

Os dois diretores haviam sido escolhidos por Pochmann em janeiro do ano passado, pouco depois de ele ter chegado ao IBGE como uma indicação pessoal do presidente Lula. No entanto, nos últimos meses os dois vinham acumulando desentendimentos com o grupo mais próximo do presidente do instituto.

As divergências entre servidores e a atual direção do órgão, subordinado ao Ministério do Planejamento, envolvem ainda a criação da Fundação IBGE+ e a mudança de parte dos escritórios do instituto do Centro do Rio para o Horto, na Zona Sul do Rio, o que aumentaria os custos e o tempo gastos pelos funcionários no transporte até o trabalho.

A fundação é apontada pelos servidores como uma espécie de organização paralela no IBGE. Elizabeth Hypolito e João Hallak “defendiam a suspensão temporária da Fundação até que fosse realizada uma ampla revisão do projeto”, afirmou o sindicato, mas sugestões de aperfeiçoamento feitas por ele “sequer foram consideradas”.

O sindicato diz apoiar a decisão dos diretores: “Para a ASSIBGE/SN - Núcleo Chile, a saída de Elizabeth e João é o reflexo de uma situação insustentável dentro do IBGE e um alerta para os rumos que a gestão de Pochmann tem tomado, comprometendo o ambiente de trabalho. A democracia interna e o respeito aos processos decisórios são essenciais para que o IBGE continue a ser uma referência nacional e internacional. O Núcleo Chile apoia a decisão de saída dos diretores, visto que um cargo de confiança requer a manutenção de uma parceria para que os trabalhos sejam realizados em prol da instituição, da sociedade e de seus servidores. O descontentamento com a gestão Márcio Pochmann é sentido pelo corpo de funcionários, que acredita na possibilidade de novos pedidos de exoneração”.

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