Sob pressão de órgãos reguladores, Microsoft vai retirar Teams do Pacote Office
Segundo a Reuters, uma multa poderia chegar a 10% do faturamento anual da empresa; concorrentes se queixam de competição desleal
A Microsoft vai retirar o aplicativo de chat e chamadas de vídeo Teams do Pacote Office, que abrange outros produtos como o PowerPoint e o Word, segundo à agência de notícias Reuters. Até então, o programa vinha como parte do Office 365, o que as empresas do setor julgavam ser anticompetitivo.
Segundo a agência, a partir desta segunda, os clientes comerciais podem continuar com seu acordo de licenciamento atual, renovar, ou mudar para as novas ofertas. No Brasil, a assinatura do Pacote 365 para empresas varia de R$ 29,80 a R$ 74,40 por usuário durante o mês, de acordo com o site da empresa, que ainda não foi atualizado com a nova regra. O Teams pode ser obtido por R$ 19 por funcionário mensalmente.
No ano passado, a empresa já tinha começado a vender o Pacote Office sem o Teams na União Europeia (UE) e na Suíça a fim de evitar uma possível multa antitruste e tornar mais fácil para produtos concorrentes trabalharem com seu software.
A mudança veio em meio a investigações da Comissão Europeia sobre a vinculação do Teams ao Office, com o objetivo de determinar se a Microsoft estava "abusando e defendendo sua posição de mercado", ao juntar vários programas em um mesmo pacote.
O Teams foi adicionado gratuitamente em 2017 ao Office 365 e, depois, se tornou popular durante a pandemia.
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Concorrentes da empresa reclamam que esse "empacotamento" dos produtos traz uma vantagem injusta para a Microsoft.
— Para garantir clareza para nossos clientes, estamos estendendo as medidas que tomamos no ano passado para desagregar o Teams do M365 e O365 na UE e Suíça para clientes globalmente — afirmou um porta-voz da Microsoft à Reuters. — Ao fazer isso, também atendemos aos comentários da Comissão Europeia, proporcionando às empresas multinacionais mais flexibilidade quando desejam padronizar suas compras em diferentes regiões.
Essa separação, no entanto, pode não ser suficiente para combater as acusações antitruste da UE. Os concorrentes seguem se queixando das taxas cobradas pela Microsoft e da articulação do Teams com os outros programas da empresa, disseram fontes à agência. Uma condenação poderia significar uma multa de até 10% do faturamento anual da gigante de tecnologia.
Na última década, a Microsoft acumulou 2,2 bilhões de euros em multas antitruste na UE por vincular ou empacotar dois ou mais produtos juntos.