Banco Central

'Sou muito contra', diz presidente do Banco Central sobre eventual moeda comum entre Brasil e outros

Ele cita ter presenciando dois episódios em que houve a tentativa de se "criar uma moeda comum" entre Brasil e Argentina

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na apresentação do Relatório Trimestral de Inflação Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na apresentação do Relatório Trimestral de Inflação  - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, criticou nesta sexta-feira a ideia de criação de uma moeda comum entre Brasil e outros países, ao ser questionado sobre o tema em evento nos Estados Unidos.

— Eu sou muito contra (a ideia de moeda comum). Quando você tem uma moeda que resulta da união de duas moedas, a interseção seria uma mistura da realidade de dois países, seria um mix da inflação de dois países — disse em evento do Valor Capital Group, companhia de investimentos.

Ele cita ter presenciando dois episódios em que houve a tentativa de se criar uma moeda comum entre Brasil e Argentina: "Em ambos os casos eu fui contra", diz.

Ele lembrou de uma ocasião em que buscou explicar a complexidade do tema para um integrante do governo (sem citar qual gestão). Nessa conversa, Campos Neto teria comparado a moeda comum "com uma criança", que herda "o DNA do pai e da mãe". Na prática, com a unificação monetária, os dois países poderiam herdar os problemas macroeconômicos presentes em ambos os territórios.

O questionamento feito a Campos Neto foi sobre a possibilidade de moeda comum entre membros do grupo do Brics, que reúne o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

— Sem a convergência dos indicadores macroeconômicos, é muito difícil de fazer isso. E mesmo com a convergência, isso se provou muito difícil e um longo processo — diz, citando a União Europeia, com o euro.

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