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Comissão de Agricultura

Gripe aviária é tema de audiência pública na Alepe

Doença preocupa o estado, quarto maior produtor de ovos e nono maior produtor de carne de frango do Brasil

Reunião contou com a participação de representantes do Ministério Público de Pernambuco, Faepe, CRMV-PE, Banco do Nordeste e AvipeReunião contou com a participação de representantes do Ministério Público de Pernambuco, Faepe, CRMV-PE, Banco do Nordeste e Avipe - Foto: Matheus Augusto/Divulgação

Pernambuco, quarto maior produtor de ovos e nono maior de carne de frango do Brasil, não está na lista das dez unidades da federação que já decretaram oficialmente estado de emergência zoossanitária, recomendado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, por conta da gripe aviária que chegou ao País. Medidas preventivas vêm sendo tomadas no estado desde janeiro. A questão, no entanto, voltou à baila numa audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na manhã desta quarta-feira (9).

“Esse é um tema importante não só para os avicultores, mas para a população. O ovo e o frango são as duas proteínas mais presentes na vida na mesa do povo e tem uma importância grande na geração de empregos, na produção de alimentos e no combate à fome”, disse a deputada Débora Almeida (PSDB), que integra a Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e é autora do pedido para a realização da audiência.

Segundo Débora, a ameaça de a gripe aviária, que pela primeira vez chega a algumas cidades do Brasil, com risco de chegar também a Pernambuco, que gera mais de 170 mil empregos diretos, exige atenção e cuidados grandes. “Temos granjas e avicultores que estão há 40 anos, 50 anos em atividade que já enfrentam outras adversidades, como a questão da água e custos maiores que os do Sul do país”, lembrou.

Por conta da doença, ao menos dez estados já decretaram oficialmente estado de emergência zoossanitária recomendado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária: Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Sergipe, Piauí e Goiás.

Até a última sexta-feira (4), conforme monitoramento do ministério, haviam sido apurados em todo o território nacional. As aves migratórias respondem por quase todas as contaminações confirmadas até agora. O Arquipélago de Fernando de Noronha e a Ilha da Coroa do Avião, no Litoral Norte, também estão na rota das migrações, o que aumenta o alerta.

Em entrevista à Folha de Pernambuco depois da audiência, Débora Almeida disse que a principal questão abordada no encontro foi a reestruturação da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro) com vistas a tornar as fiscalizações mais eficientes. “Existem diversas granjas que são regulamentadas, mas têm muitas outras clandestinas e de criações de subsistência que não seguem o controle sanitário. Se for constatada a contaminação em uma ave de um terreiro de avicultor, é preciso sacrificar as que ficam no entorno de até 3 quilômetros. É um dano muito alto”, explicou a parlamentar.

A presidente da Adagro, Raquel Melo de Miranda, disse o que Governo do Estado, por meio do orgão, desde janeiro tem intensificado as ações de vigilância das aves comerciais e de subsistência, seguindo todos os protocolos de prevenção do Ministério da Agricultura. “O Estado tem grande importância na avicultura e todas essas ações são muito importantes para evitar ou adiar a entrada dessa doença”, disse Raquel.

A Adagro, segundo Raquel, vem promovendo ações de educação sanitária por meio de divulgação em redes sociais e palestras nas regiões produtoras. Também repassou à Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), um spot (anúncio em áudio) para seja repassado aos mais de 180 municípios do estado e veiculado em carros de som.

A Adagro também disponilizou um telefone 0800 e um número de WhatsApp para que a população ajude, informando os locais com alguma ocorrência suspeita. “Depois das ocorrências suspeitas em maio, não tivemos mais nenhuma, mas precisamos nos prevenivr e nos preparar para o que possa vir a acontecer”, lembrou a presidente a Adagro.

Participaram da Audiência da Gripe Aviária, que durou cerca de duas horas, representantes do Ministério Público de Pernambuco, Federação da Agricultura e Pecuária (Faepe), Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco (CRMV-PE), Banco do Nordeste (BNB) e Associação Avícola de Pernambuco (Avipe).

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