Logo Folha de Pernambuco

Biodiversidade

Sudene investe em produção de remédios, cosméticos e alimentos com plantas da Caatinga

Programa Impacta Bioeconomia conta com investimento de R$ 553 mil. Em parceria com a Univasf e UFPE, projeto utilizará plantas nativas e terá apoio das comunidades

Pesquisa busca bioativos e bioinsumos que possam ser extraídos de forma sustentável do território, gerando renda e desenvolvimento socioeconômicoPesquisa busca bioativos e bioinsumos que possam ser extraídos de forma sustentável do território, gerando renda e desenvolvimento socioeconômico - Foto: Tarciso Augusto /SEMAS

Presente em 83% do território pernambucano, a Caatinga é rica em biodiversidade e, a partir dela, são produzidos alimentos e outros insumos. Em execução desde janeiro, o programa Impacta Bioeconomia, iniciativa da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), busca bioativos e bioinsumos que possam ser aplicados, também, na área da saúde.

O projeto conta com R$ 553 mil em investimento da Sudene, em pesquisa e inovação. Ao lado de instituições, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), o projeto prevê a produção de medicamentos oriundos da fauna e da flora dos biomas existentes na região - Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado. 

“Essa iniciativa fala para a inovação, a sustentabilidade, o meio ambiente e a nova política industrial brasileira. Nós queremos apoiar a geração de bioeconomia, enxergando o território, a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável do Nordeste”, pontuou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. 


Produção

Startup da Univasf, a Opara Produtos Naturais, recebeu investimento para pesquisar produtos fitoterápicos, dermatológicos, cosméticos e de suplemento alimentar a partir do maracujá do mato, do licuri e do umbu, plantas presentes na Caatinga. 

Segundo o coordenador e professor do Colegiado de Farmácia, Jackson Guedes, os estudos iniciaram agora em junho. “Vamos fazer estudo químico, estudo farmacológico dessas plantas e desenvolver novas formulações e uma nova cadeia produtiva com as plantas. Existem duas cooperativas aqui na região que as utilizam para produção de doces e cerveja”, explicou. 

Guedes disse ainda que a ideia é mostrar, também, que as plantas podem ser utilizadas pela indústria farmacêutica e de cosmético, por exemplo. 

Comunidade

O projeto com a Opara também vai contar com o apoio da comunidade local para a captação da obra-prima para ser analisada.

“Ainda não sabemos o quanto vamos precisar. Por isso, vamos apresentar a ação às pessoas que vão estar diretamente envolvidas, além dos nossos pesquisadores. Serão mais 11 meses pesquisando. Esperamos contribuir da melhor maneira possível para o desenvolvimento do Nordeste”, concluiu o professor, agradecendo o apoio da Sudene.


Pesquisa 

Além da Univasf, a iniciativa conta com a participação da UFPE, através do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Complexo Econômico Industrial da Saúde (iCeis). A professora Mônica Felts, uma das coordenadoras do iCeis e também da Rede Impacta Bioeconomia, explicou que, a partir do olhar para a biodiversidade, haverá uma busca de bioativos e bioinsumos que possam ser extraídos de forma sustentável do território, gerando renda, industrialização, desenvolvimento socioeconômico e proteção ambiental.


“Começaremos a produzir suplementos funcionais e alimentares, defensivos agrícolas, cosméticos inteligentes, bioinsumos funcionais e farmacêuticos ativos e, posteriormente, medicamentos. Não queremos só extrair os insumos, queremos criar tecnologias e aperfeiçoar as existentes, além de agregar valor à produção”, reforçou Felts.

 

Veja também

Ministério da Fazenda autoriza retorno de duas empresas de bets
Bets

Ministério da Fazenda autoriza retorno de duas empresas de bets

Imposto para milionários tem potencial de R$ 40 bi ao ano, mas deve gerar R$ 20 bi
Imposto

Imposto para milionários tem potencial de R$ 40 bi ao ano, mas deve gerar R$ 20 bi

Newsletter