Suíça remove gratificações para executivos do Credit Suisse
As gratificações dos funcionários pertencentes aos dois escalões inferiores também serão reduzidas
O governo da Suíça cancelou nesta quarta-feira (5) as gratificações e bônus para os executivos de alto escalão do banco Credit Suisse (CS), salvo da falência por uma venda de seus ativos.
O governo federal suíço especificou que a medida será aplicada nos valores em dívida até o final de 2022.
Leia também
• Presidente do BC elogia Haddad, mas rebate críticas de que decisões sobre juros são políticas
• Haddad faz ajustes finais no arcabouço fiscal, para envio ao Congresso na semana que vem
As gratificações dos funcionários pertencentes aos dois escalões inferiores também serão reduzidas, um em 50%, e outro, em 25%, acrescentou o Conselho Federal em um comunicado.
Eles indicaram que a medida afeta "cerca de 1.000 funcionários públicos, que serão privados de um total de 50 a 60 milhões de francos suíços" (valor semelhante em euros, US$ 55 a US$ 65 milhões e entre R$ 278,85 e R$ 329,55 milhões).
As remunerações variáveis das três primeiras posições entre os níveis de escalão do CS também foram eliminadas ou reduzidas neste ano.
O governo ordenou, ainda, que a instituição analise as possibilidades de exigir a restituição de gratificações e bônus já pagos.
A lei bancária suíça permite que o governo federal tome medidas relacionadas à remuneração de executivos de bancos sistemicamente importantes — como o CS —, caso eles recebam assistência financeira direta, ou indireta, de recursos federais.
O governo já havia suspendido em 21 de março o pagamento de bônus e gratificações, enquanto aguardava uma decisão definitiva.
O UBS, maior banco suíço, aceitou em março comprar os ativos do CS para que as dificuldades de seu principal concorrente — somadas às de alguns bancos americanos — não causassem uma onda de pânico no sistema financeiro global.
O Credit Suisse esteve por dois anos envolvido em vários escândalos não resolvidos, apesar dos esforços de sua administração.