Logo Folha de Pernambuco

Senado

Taxação da blusinha: Senado aprova taxa para compras internacionais de até US$ 50

Análise foi feita de forma separada ao projeto original, que trata de incentivos para setor automobilístico

Compras onlineCompras online - Foto: Luna Markman/Portal FolhaPE

Com o apoio de partidos da base aliada, o governo conseguiu aprovar a “taxação da blusinha” no Senado, após a criação do imposto ter sido retirada do projeto pelo relator, senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Após o fim da votação dos destaques, o texto deverá ainda retornar à Câmara por ter sofrido alterações no Senado, antes de ir à sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Um destaque que retomava a criação do Imposto de Importação de 20% para compras no exterior de até US$ 50 (cerca de R$ 250 pela cotação atual) por pessoas físicas foi aprovado. O pedido foi assinado pelos líderes do MDB, PSD, PT e do governo. Além do Imposto de Importação, há uma taxa de 17% de ICMS.

O líder do PL, Rogério Marinho (PL-RN), defendeu que a taxação das importações poderia ser feita pelo governo, sem precisar passar pelo Congresso Nacional.

— Não precisa estar sendo discutida no plenário do Senado. Taxação de compras internacionais é uma discricionariedade que poderia ser feita via portaria do Ministério da Fazenda. É um governo que prima por se esconder — afirmou.

Entre os poucos senadores de oposição que defendem a taxação dos importados, está Jorge Seif (PL-SC).

— Não sejamos hipócritas e populistas. Os chineses não podem fazer o que querem no comércio brasileira — disse.

A cobrança do imposto foi aprovada na Câmara como parte do projeto que cria incentivos para o setor automobilístico e seguiu para análise do Senado. Na Casa, porém, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) retirou esse trecho do projeto.

— Não podemos nos acostumar a chegar no Senado e ter a palavra cartório, que apenas carimba as decisões da Câmara. Quem são os interessados nisso? Não vai resolver o problema do varejo. A capinha de celular vai aumentar de R$ 10 para R$ 12, na rua vai continuar sendo R$ 40 — disse Rodrigo Cunha.

A retirada da “taxação da blusinha” pelo relator colocou a aprovação do projeto em xeque, por contrariar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) que defendeu a aprovação do projeto como definido pelos deputados e cobrou cumprimento de acordos políticos.

— Acho que o Mover tem sérios riscos de cair junto, não ser mais votado na Câmara. Isso eu penso de algumas conversas que eu tive — declarou Lira ontem.

O presidente da Câmara entrou em contato com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir o assunto. O ministro está em Roma. Haddad tem dito que não foi consultado por Cunha e que não quebrou acordo para taxação dos produtos em 20%. A votação deveria ter ocorrido ontem, mas foi adiada por falta de consenso.

Votação separada
Com a polêmica instalada, o governo pediu para a sessão ser adiada e a votação ficou para hoje. Senadores chegaram a se reunir durante a noite para negociar uma saída. Por isso, o tema deve ser votado separadamente a pedido do próprio governo.

A taxação
O imposto foi colocado pela Câmara no projeto do Mover, em dois artigos, o 50º e o 51º, os últimos do texto. Eles alteram um decreto-lei de 1980, sobre tributação simplificada das remessas postais internacionais e traz uma tabela de cobrança progressiva:

De 0 US$ a US$ 50, a alíquota será de 20%

De 50,01 US$ a US$ 3 mil, a alíquota será de 60%

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter