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Tebet sinaliza que governo vai aceitar travas no arcabouço fiscal em discussão na Câmara

Segundo ministra, desde que "espinha dorsal" do projeto não seja alterado, propostas devem ser acatadas. Parlamentares querem incluir proibição de concurso em caso de descumprimento de metas

Simone Tebet, ministra do PlanejamentoSimone Tebet, ministra do Planejamento - Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, sinalizou nesta terça-feira (9) que governo federal e Câmara dos Deputados estão de acordo com as alterações na proposta de arcabouço fiscal elaboradas pelo relator Claudio Cajado (PP).

A colunista Miriam Leitão informou que o Congresso Nacional deve incluir na meta de gastos os investimentos em estatais não financeiras e o piso nacional de enfermagem. Os trechos, portanto, serão retirados das exceções propostas pelo governo.

"Tudo que ele tem apresentado como sugestão tem passado pelo corpo técnico tanto do ministério da Fazenda quanto do ministério do Planejamento. Esses pontos [exceções] também foram divergentes dentro da equipe econômica. Chegamos a discutir se incluíamos ou não o piso de enfermagem dentro dos limites dos gastos, a mesma em relação as estatais não dependentes. Não são questões novas para nós, estamos trabalhando em conjunto. Aquilo que for decisão do Congresso Nacional, desde que se preserve a espinha dorsal de termos meta, eu acredito que vai ser acatado pelo governo federal" afirmou Tebet em visita ao Senado.

Ela continuou:

"Não são questões novas para nós, estamos trabalhando em conjunto. Aquilo que for decisão do Congresso Nacional, desde que se preserve a espinha dorsal de termos meta, eu acredito que vai ser acatado pelo governo federal."

A ministra do Planejamento ainda disse que sugeriu ao relator do arcabouço um prazo de quatro meses para o governo colocar em prática medidas de contingenciamento de despesas, em caso de descumprimento da meta fiscal. Tebet afirmou que o texto final, porém, pode trazer uma prazo de três ou quatro meses.

"Fizemos uma sugestão de quatro meses. Mas três ou quatro meses é melhor do que dois. Dois meses, para o meu ministério, é um prazo muito apertado. Muitas vezes impedimos investimentos e recursos para obras inacabadas. Três meses, pelo menos, mas o ideal seria quatro", explicou.

A colunista Miriam Leitão também afirmou que entre as contingências trazidas pelo texto de Claudio Cajado está a previsão de que, quando o governo não cumprir a meta fiscal, haverá proibições para conceder aumento real ao funcionalismo, abrir concurso público e criar novas renúncias fiscais.

Inflação

A ministra do Planejamento ainda avaliou que o índice de inflação a ser divulgado pelo IBGE na próxima sexta-feira deve ser mais baixo que o esperado. Tebet disse que a impressão é baseada em conversas com economistas.

"Teremos uma surpresa. Sairá uma inflação um pouco menor do que a expectativa", afirmou Tebet em audiência das comissões de Infraestrutura (CI) e de Desenvolvimento Regional (CDR) no Senado.

A ministra destacou ainda que as previsões de queda têm sido feitas pelo próprio mercado e que não recebe informações antecipadas do IBGE.

"Não sou eu que estou dizendo. O Focus disse esta semana e BC colocou na ata do Copom, apontando para uma queda relevante da inflação", explicou.

BNDES

Tebet também foi questionada por senadores sobre se o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiaria empréstimos para países do Mercosul investirem em infraestutura. Lula chegou a mencionar a possibilidade após conversas com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez.

A ministra do Planejamento negou que o concessão de verbas a outros governo esteja no radar do governo e explicou que a ideia da instituição é dar garantia a empresários brasileiros.

"O novo PAC tem a participação do BNDES. Mas, até onde eu saiba, não tem foco para empréstimo a outros países. Qualquer coisa neste sentido teria que estar no arcabouço fiscal. O que temos visto é uma forma de mudar certas regras para empresários brasileiros que tem contratos grandes com países do Mercosul, dando garantia de uma moeda, como o real, que não é tão volátil", afirmou.

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