Telegram dá lucro pela primeira vez após pagar dívidas
Aplicativo de mensagens que é alvo de reguladores em vários países faturou mais de US$ 1 bi neste ano e tem mais de US$ 500 milhões em caixa, diz CEO
O Telegram é, pela primeira vez, um negócio rentável, declarou hoje o CEO do aplicativo de mensagens e mídia social, Pavel Durov, em uma publicação na plataforma X.
Ele afirmou que a lucratividade foi possível após a empresa de origem russa quitar “uma parte significativa” de cerca de US$ 2 bilhões em dívidas.
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A receita total do Telegram superou US$ 1 bilhão em 2024, e o aplicativo possui mais de US$ 500 milhões em reservas de caixa, excluindo criptoativos, informou Durov.
As contas do Telegram ficaram no azul pela primeira vez num momento em que o serviço de mensagens enfrenta crescente escrutínio em vários por facilitar a disseminação de desinformação e conteúdo ilegal, como materiais de abuso sexual infantil.
Em agosto, promotores franceses acusaram Durov, nascido na Rússia, de ligação com supostos crimes cometidos no aplicativo e o retiveram na França.
Com mais de 900 milhões de usuários ativos, o Telegram tem atraído a ira de governos que vão desde a União Europeia até regimes autoritários na Rússia e no Irã, devido ao conteúdo ilegal que hospeda e sua falta de resposta aos pedidos de remoção. No Brasil, o aplicativo teve problemas com o Supremo Tribunal Federal (STF) pelos mesmos motivos.
Na Moldávia, as autoridades alegaram que o aplicativo foi usado neste ano para organizar uma operação apoiada pela Rússia com o objetivo de minar as aspirações europeias do país.
Após enchentes mortais na Espanha no mês passado, que tiraram mais de 150 vidas, desinformações se espalharam no Telegram. As alegações falsas incluíam desde números inflacionados de mortos até afirmações desmentidas que a tempestade foi “fabricada” para destruir colheitas espanholas.
Grupos supremacistas brancos intensificaram esforços antes das eleições nos EUA para recrutar novos membros via Telegram, onde amplificaram teorias conspiratórias racistas enquanto se apresentavam como “clubes de luta exclusivos para homens”, segundo entidades de direitos civis e pesquisadores que estudam o extremismo.
Devon Spurgeon, porta-voz do Telegram, afirmou que o aplicativo está comprometido com o combate a desinformação “de forma responsável”.
“Fazemos isso ao fornecer aos usuários apenas o conteúdo a que se inscreveram e oferecer um sistema de verificação para ajudar a identificar canais oficiais”, declarou Spurgeon. “Também não usamos algoritmos que promovem conteúdo sensacionalista.”